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1 out 2025
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Conseleite aponta retração no preço do leite no Rio Grande do Sul: R$ 2,3149 em setembro, após queda de 2,97% em agosto.
O leite gaúcho enfrenta mais uma retração: referência projetada em setembro recua para R$ 2,3149, informa Conseleite.
O leite gaúcho enfrenta mais uma retração: referência projetada em setembro recua para R$ 2,3149, informa Conseleite.

Preço do leite no Rio Grande do Sul deve seguir em retração em setembro, segundo projeção divulgada pelo Conseleite (Conselho Paritário Produtores/Indústrias de Leite do RS).

O colegiado anunciou que o valor de referência projetado para o mês é de R$ 2,3149 por litro, o que representa uma queda de 2,37% em relação ao estimado em agosto, que havia sido calculado em R$ 2,3712.

Os dados foram apresentados na manhã de sexta-feira, 26 de setembro, em reunião do colegiado. Além da projeção para setembro, o Conseleite também consolidou os números de agosto, que fecharam em R$ 2,3861 por litro, valor 2,97% abaixo do registrado em julho, quando a média havia alcançado R$ 2,4592.

Segundo o coordenador do Conseleite, Darlan Palharini, os valores refletem o comportamento do mercado nos primeiros 20 dias de setembro e consideram informações repassadas pelas indústrias processadoras.

Ele destacou que os números apontam uma tendência de continuidade da pressão negativa sobre os preços pagos ao produtor, em um contexto de custos ainda elevados.

Margens cada vez mais apertadas

O cenário preocupa especialmente os produtores de leite do Rio Grande do Sul, que enfrentam um período de margens comprimidas. A retração sucessiva dos preços desde julho tem reduzido a rentabilidade, enquanto insumos estratégicos, como rações e suplementos animais, mantêm preços elevados.

De acordo com entidades ligadas ao setor, o impacto é ainda maior para os pequenos e médios produtores, que possuem menor capacidade de diluir custos. Com a redução da receita bruta, muitos têm encontrado dificuldade para equilibrar as contas da atividade.

Contexto do mercado

O Rio Grande do Sul é um dos principais estados produtores de leite do Brasil, com forte peso no abastecimento das indústrias e do mercado interno. A evolução dos preços no estado, portanto, tem reflexos diretos sobre a dinâmica de todo o setor lácteo nacional.

Em 2024 e 2025, o mercado do leite tem convivido com altos e baixos. Embora a captação no estado venha se mantendo relativamente estável, a combinação de maior oferta em outras regiões e a concorrência de importações de lácteos do Mercosul têm pressionado o valor pago aos produtores gaúchos.

Além disso, a demanda interna por derivados lácteos não tem apresentado crescimento robusto, influenciada pelo cenário econômico e pela perda do poder de compra de parte da população. Esse quadro contribui para um mercado mais retraído e com preços em queda.

Projeções e monitoramento

O Conseleite, formado por representantes de produtores e indústrias, acompanha mensalmente a evolução dos preços, servindo como uma referência de mercado. O valor projetado não é um preço obrigatório, mas sim um indicador técnico que reflete as condições de oferta e demanda.

Para setembro, a expectativa é de que a referência de R$ 2,3149 seja confirmada ao final do mês, salvo mudanças significativas no cenário. Ainda assim, a sinalização preocupa, pois indica que os produtores gaúchos devem continuar enfrentando pressão sobre a renda no curto prazo.

Segundo Palharini, a atenção agora deve se voltar para os próximos meses, quando a produção tende a aumentar em função do clima mais favorável. “Esse movimento pode gerar ainda mais pressão sobre os preços, caso o consumo interno não responda”, alertou o coordenador.

Desafios para o setor

A queda consecutiva no preço do leite no Rio Grande do Sul traz à tona desafios históricos da cadeia: a necessidade de fortalecer a competitividade da produção, investir em eficiência e ampliar mercados consumidores.

Lideranças do setor reforçam que políticas públicas de apoio ao produtor, bem como a promoção do consumo de leite e derivados, serão fundamentais para equilibrar a equação.

Além disso, o acompanhamento do fluxo de importações continua sendo um ponto de atenção, já que o ingresso de produtos lácteos de países vizinhos exerce pressão adicional sobre a formação dos preços internos.

Enquanto isso, produtores gaúchos seguem buscando alternativas para atravessar o período de baixa, seja com ajustes de manejo, busca por maior eficiência ou até mesmo diversificação de atividades dentro da propriedade rural.

*Adaptado para eDairyNews, com informações de Compre Rural

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