Piracanjuba, no coração de Goiás, é mais do que um ponto no mapa. É o berço de uma tradição que une o campo, a cultura e o leite — produto que carrega o nome e o espírito da cidade para milhões de lares brasileiros.
Entre pastagens verdes e rios tranquilos do cerrado goiano, Piracanjuba se tornou sinônimo de qualidade e identidade. A história da cidade e da marca que leva seu nome se entrelaçam há décadas, revelando como uma comunidade rural transformou sua vocação leiteira em um símbolo nacional.
Das fazendas ao nome que cruzou o país
De acordo com a Prefeitura de Piracanjuba, o município surgiu de antigas fazendas e pequenas propriedades rurais que serviam de pouso para tropeiros e viajantes. Originalmente chamado Pouso Alto, o local foi elevado a distrito em 22 de novembro de 1855, já com o nome Piracanjuba — inspirado em um peixe abundante nos rios da região. Em 1886, foi oficialmente reconhecido como cidade.
Hoje, segundo dados do IBGE, Piracanjuba ocupa 2.405 km² e registrava 24.548 habitantes no Censo de 2020. A baixa densidade populacional permite que o espaço urbano conviva em harmonia com áreas agrícolas e pastagens — cenário perfeito para o desenvolvimento da pecuária leiteira.
O nascimento de uma marca goiana
Foi nesse ambiente que, em 1955, o grupo Goiásminas fundou a marca Piracanjuba, inicialmente voltada à produção de manteiga. Com o tempo, vieram os queijos e o famoso leite longa vida, consolidando o nome em todo o país.
Mesmo que as principais unidades industriais da marca estejam espalhadas por diferentes regiões de Goiás — como Bela Vista de Goiás, onde há uma fábrica de referência — a ligação com a cidade de origem permanece profunda. Estima-se que mais de 90% da matéria-prima utilizada pela empresa venha de Piracanjuba e municípios vizinhos, mantendo viva a conexão entre o campo e a indústria.
Capital das orquídeas e do leite
A cidade é também conhecida como a “Capital das Orquídeas”, título conquistado por suas tradicionais exposições florais e pela beleza das praças que encantam moradores e visitantes. Mas é o leite que marca o ritmo da vida local: currais, tanques e fazendas ainda movimentam a economia e o cotidiano das famílias, muitas delas envolvidas com a produção há gerações.
A produção leiteira é uma das mais estratégicas de Goiás, estado que combina clima favorável, abundância de terras férteis e recursos hídricos. Essa vocação transformou Piracanjuba em um ponto de referência para o agronegócio lácteo brasileiro, fortalecendo a imagem do leite como parte da identidade goiana.
Uma história que continua sendo escrita
Caminhar pelas ruas de Piracanjuba é como revisitar capítulos da história do Brasil rural: casarões antigos, pequenas propriedades familiares e uma comunidade que preserva o orgulho de ver seu nome estampado nas embalagens que percorrem o país.
Mais do que uma marca, Piracanjuba representa a união entre tradição e modernidade. Enquanto a cidade conserva suas raízes no campo, a marca investe em tecnologia, inovação e sustentabilidade, exportando o espírito goiano para além das fronteiras.
Essa convivência entre passado e futuro reforça um contraste que encanta: o leite que nasce do cerrado, moldado por gerações de produtores, e que chega às grandes cidades como símbolo de qualidade e origem.
Para quem viaja por Goiás, visitar Piracanjuba é um convite à descoberta. Entender de onde vem o leite que chega à mesa é também mergulhar na história de uma comunidade que transformou trabalho, natureza e tradição em orgulho regional.
No cerrado goiano, Piracanjuba é mais do que uma cidade — é um nome que virou marca, e uma marca que nunca deixou de ser cidade.
*Adaptado para eDairyNews, com informações de Portal 6
