ESPMEXENGBRAIND
9 out 2025
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Vídeo na Índia mostra bebê mamando direto da vaca e reacende o debate sobre os riscos do leite cru e a importância da informação em saúde.
🐄 Tradição ou risco? Vídeo de bebê mamando leite cru gera revolta mundia
🐄 Tradição ou risco? Vídeo de bebê mamando leite cru gera revolta mundia

Um vídeo gravado na Índia gerou forte indignação nas redes sociais ao mostrar um homem permitindo que sua filha bebê mamasse leite cru diretamente da teta de uma vaca.

A gravação, que se espalhou rapidamente em plataformas digitais, despertou uma onda de críticas e preocupações sobre saúde pública, práticas culturais e desinformação.

Segundo o portal NDTV, as autoridades indianas e especialistas em saúde classificaram a cena como perigosa e irresponsável, destacando que o leite não pasteurizado pode conter microrganismos patogênicos como Salmonella, Escherichia coli e Listeria monocytogenes.

Essas bactérias podem causar infecções graves, especialmente em bebês e crianças pequenas, cujo sistema imunológico ainda está em desenvolvimento.

Leite cru: um risco real para a saúde

O leite cru é aquele que não passou por nenhum processo de pasteurização — tratamento térmico essencial para eliminar micro-organismos nocivos.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), a amamentação materna é a forma mais segura e recomendada de alimentação para bebês nos primeiros meses de vida.

A pasteurização, técnica criada há mais de um século, é considerada um dos maiores avanços da história da alimentação moderna. Ao eliminar patógenos, ela garante que o leite e seus derivados sejam seguros para o consumo humano.

No caso do vídeo viral, o contato direto com a vaca representa ainda um risco adicional de contaminação cruzada, tanto pelo ambiente quanto pelo animal.

Tradição ou desinformação?

Nas redes sociais, alguns usuários tentaram justificar o ato como parte de costumes locais ou crenças antigas sobre a pureza do leite animal. No entanto, não há registros oficiais que indiquem que essa prática seja tradicional ou culturalmente aceita na Índia.

Médicos e nutricionistas locais reforçam que tal comportamento é isolado e não representa nenhuma crença religiosa ou costume comunitário.

Para o médico indiano Dr. Ramesh Gupta, citado pela NDTV, “a ideia de que o leite cru de vaca é mais puro ou nutritivo é um mito perigoso.

Nenhuma tradição justifica colocar a vida de uma criança em risco”. O profissional acrescentou que, além das bactérias, o leite cru pode conter resíduos de medicamentos veterinários ou pesticidas presentes no ambiente rural.

O papel das redes sociais

O episódio também expõe o impacto das plataformas digitais na propagação de comportamentos extremos. Muitas vezes, vídeos como este são compartilhados sem contexto, sendo romantizados como atos de fé, conexão com a natureza ou resistência cultural — mas, na prática, alimentam a desinformação.

 

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A OMS alerta que o consumo de conteúdo não verificado pode levar famílias a adotar práticas perigosas, acreditando estarem fazendo algo “natural” ou “tradicional”. O caso reacende o debate sobre a responsabilidade das redes na moderação de vídeos que envolvem riscos sanitários e infantis.

A importância da informação e da educação alimentar

Autoridades de saúde da Índia reforçaram a necessidade de campanhas educativas sobre segurança alimentar e amamentação segura.

A Sociedade Indiana de Pediatria reiterou que a única forma recomendada de nutrição infantil é o leite materno ou, quando não possível, fórmulas industrializadas aprovadas por órgãos reguladores.

A pediatra Dr. Meena Rao, em entrevista à imprensa local, destacou:

“Precisamos combater a desinformação com ciência. O leite cru não é saudável, e a internet não deve ser fonte de orientação sobre a alimentação de bebês.”

Leite cru e o debate global

Embora o caso tenha ocorrido na Índia, a discussão sobre o consumo de leite cru é global. Em diversos países, movimentos que defendem a “alimentação natural” promovem o leite sem pasteurizar, alegando benefícios nutricionais — sem respaldo científico.

No Brasil, por exemplo, o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) proíbe a venda direta de leite cru ao consumidor, justamente pelos riscos de contaminação.

Em um mundo cada vez mais conectado, episódios como este lembram a importância de unir tradição e ciência, garantindo que o respeito às culturas não coloque em risco a saúde pública.

*Escrito para o eDairyNews, com informações de Jornal Correio

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