ESPMEXENGBRAIND
13 out 2025
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Com 100 mil m² e 3,5 milhões de litros por dia, o complexo da Itambé em Sete Lagoas é o maior do Brasil e símbolo da força mineira no setor lácteo.
Itambé comanda o maior laticínio do Brasil e processa 90 milhões de litros por mês.
Itambé comanda o maior laticínio do Brasil e processa 90 milhões de litros por mês.

A Itambé, gigante do setor lácteo nacional, é dona do maior laticínio do Brasil, localizado em Sete Lagoas, Minas Gerais.

A unidade, com 100 mil metros quadrados de área construída, processa cerca de 90 milhões de litros de leite por mês, segundo informações da empresa publicadas por Globo Rural e O Tempo.

A estrutura coloca a Itambé à frente até mesmo de multinacionais como a Nestlé, cuja presença é mais pulverizada em diferentes plantas no país. O complexo mineiro, inaugurado em 1971, transformou Sete Lagoas em uma referência continental na produção de leite e consolidou o protagonismo de Minas Gerais — responsável por mais de 25% da produção nacional, de acordo com o IBGE.

Uma história cooperativa que virou potência industrial

Fundada em 1949, a Itambé nasceu como uma cooperativa de produtores mineiros e cresceu acompanhando a evolução da pecuária leiteira no Brasil. Hoje, pertence ao grupo CCPR/Itambé, uma das maiores cooperativas de leite do país, e mantém uma joint venture com a Lactalis, líder mundial em produtos lácteos.

A unidade de Sete Lagoas é considerada o coração dessa operação. São cerca de 1.500 funcionários trabalhando em regime contínuo, divididos entre recebimento, pasteurização, produção, envase e expedição. Estima-se que mais de 60% do leite industrializado em Minas Gerais passe direta ou indiretamente por essa planta.

Escala e tecnologia europeia

O complexo industrial da Itambé funciona como uma cidade autossuficiente. Possui laboratórios microbiológicos, silos com capacidade superior a 8 milhões de litros, estações de tratamento de água e efluentes, além de linhas de envase totalmente automatizadas.

Os equipamentos, importados da Alemanha e Suíça, operam sob controle digital. Sensores monitoram temperatura, pH e condutividade elétrica em tempo real, assegurando rastreabilidade e qualidade desde o leite cru até o produto final — seja UHT, condensado, em pó, manteiga, creme ou iogurte.

Com essa automação, a fábrica de Sete Lagoas atinge padrões tecnológicos equivalentes aos europeus, e parte de sua produção é exportada para países da América do Sul, África e Oriente Médio.

Produção em larga escala e valor agregado

A capacidade de 3,5 milhões de litros processados por dia impressiona. Parte significativa desse volume é destinada à produção de leite em pó integral e desnatado, itens de alto valor agregado e forte presença nas exportações brasileiras.

O restante abastece as linhas de leite UHT, iogurtes, creme de leite, manteiga e leite condensado, produtos líderes nas gôndolas nacionais. Com isso, a Itambé contribui diretamente para o superávit da balança comercial do setor lácteo.

Sustentabilidade e economia circular

O gigantismo industrial não deixou de lado o compromisso ambiental. O complexo é referência em reuso de água e energia limpa, reaproveitando parte da água utilizada na pasteurização para irrigação e limpeza industrial.

Além disso, os resíduos sólidos e orgânicos são transformados em biogás, reduzindo o consumo de energia elétrica. A empresa também mantém programas de assistência técnica e sustentabilidade junto aos produtores rurais cooperados, incentivando boas práticas ambientais e melhoria genética do rebanho mineiro.

Impacto econômico e social em Minas Gerais

A presença da Itambé alterou a economia de Sete Lagoas. Antes marcada pela mineração, a cidade se tornou um polo lácteo nacional, gerando mais de 10 mil empregos indiretos e atraindo cooperativas, empresas de transporte, embalagens e tecnologia alimentar.

Nas últimas décadas, o PIB municipal cresceu acima da média estadual, consolidando o município como símbolo de prosperidade e inovação no interior mineiro.

Um modelo de eficiência brasileira

Mesmo diante da força global da Nestlé, nenhuma planta individual da multinacional se equipara à escala física da Itambé em Sete Lagoas. Ao centralizar sua produção em um único complexo, a empresa mineira alcançou eficiência operacional e redução de custos logísticos, tornando-se referência em gestão e produtividade.

Com mais de 70 anos de história, a Itambé segue expandindo e investindo em automação e modernização, mantendo-se como uma das líderes absolutas do mercado de leite e derivados no Brasil.

Um gigante que fala mineiro e pensa global

Com 100 mil m², 3,5 milhões de litros por dia e presença em mais de 20 países importadores, a Itambé representa o Brasil cooperativo e tecnológico que dá certo. Sua fábrica em Sete Lagoas é um exemplo de como a indústria nacional pode competir em escala global sem perder suas raízes.

Em um setor dominado por multinacionais, é em Minas Gerais que pulsa o coração do maior laticínio do Brasil — e ele tem sotaque mineiro.

*Escrito para o eDairyNews, com informações de CPG Click Petróleo e Gás

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