As exportações de lácteos do Paraná seguem em crescimento constante, consolidando o estado como um dos protagonistas do setor no Brasil. Segundo o Boletim de Conjuntura Agropecuária, elaborado pelos analistas do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), o avanço das vendas externas e a queda nas importações refletem uma nova fase para a cadeia produtiva do leite paranaense.
De acordo com o levantamento divulgado nesta quinta-feira (30), as empresas paranaenses importaram 8,66 mil toneladas de lácteos em 2024, das quais 1,83 mil toneladas foram de leite em pó. Embora o volume total importado tenha sido 4,6% superior ao registrado em 2020, o cenário mudou radicalmente em relação a 2023, quando houve queda de 31,2% nas importações de lácteos e redução de 71,9% nas compras de leite em pó.
O Deral aponta que, para 2025, a tendência é de estabilidade nas importações, com volumes semelhantes aos observados no ano anterior. Entre janeiro e setembro, os laticínios paranaenses importaram cerca de 7 mil toneladas de produtos lácteos, incluindo 1,15 mil toneladas de leite em pó.
🌍 Exportações em alta e nova identidade produtiva
Apesar de ainda representarem uma fração pequena diante da produção total do estado, as exportações de lácteos cresceram de forma consistente nos últimos anos. Somente nos nove primeiros meses de 2025, o Paraná já superou o total exportado em 2024, segundo o Deral.
O destaque vai para o soro de leite, que se tornou o principal produto exportado, com 7,2 mil toneladas comercializadas. O Deral destaca que o avanço é expressivo: há apenas dois anos, o Paraná exportava menos de um terço do volume atual.
Esse crescimento revela não apenas o aumento da competitividade da indústria, mas também a diversificação dos mercados-alvo e o aproveitamento de subprodutos antes destinados ao consumo interno. O soro de leite, muitas vezes subvalorizado, vem ganhando relevância como ingrediente para indústrias alimentícias, nutricionais e farmacêuticas em vários países.
🧀 Um setor que se reinventa
A indústria láctea paranaense passa por um processo de modernização e reposicionamento estratégico. A ampliação das exportações reflete investimentos em qualidade, rastreabilidade e inovação tecnológica, além da busca por novos mercados.
O Deral ressalta que esse movimento de abertura internacional é sustentado pela solidez da produção local, composta majoritariamente por pequenos e médios produtores organizados em cooperativas e indústrias regionais. Essa estrutura produtiva, combinada com políticas públicas de incentivo, permite ao estado equilibrar tradição e modernidade, mantendo suas raízes rurais enquanto conquista espaço no comércio global.
📊 De exportador emergente a referência nacional
Com o soro de leite liderando o ranking das exportações, o Paraná consolida sua imagem como um exportador emergente dentro do setor lácteo brasileiro. Os números reforçam uma tendência de autossuficiência e uma redução da dependência de importações, especialmente de leite em pó.
Especialistas do Deral avaliam que, mantido o ritmo atual, o Paraná poderá se tornar referência nacional na transformação de excedentes em produtos com maior valor agregado, fortalecendo sua posição na balança comercial do agronegócio.
🌱 Perspectivas
Para os próximos anos, o cenário é de otimismo cauteloso. O Deral prevê que a estabilidade nas importações deve continuar, enquanto as exportações podem crescer ainda mais com o avanço da industrialização e o aproveitamento integral da matéria-prima.
O Paraná, tradicional produtor de leite e queijo, reafirma sua vocação agroindustrial e sua capacidade de adaptação diante das mudanças do mercado global. A trajetória recente mostra que o estado soube transformar desafios em oportunidades, combinando inovação, eficiência e identidade local — ingredientes que fazem toda a diferença quando o assunto é competir no cenário internacional.
*Escrito para o eDairyNews, com informações de Agrolink






