A Damare, tradicional empresa capixaba do setor de alimentos, prepara-se para uma nova escalada de crescimento.
A meta é ousada: faturar R$ 1,2 bilhão em 2026, consolidando-se como uma das maiores indústrias do Espírito Santo. Em 2025, o faturamento já deve alcançar a marca de R$ 1 bilhão, resultado do avanço consistente tanto no segmento lácteo quanto na expansão do café conilon, nova aposta estratégica do grupo.
Fundada há 34 anos no município de Montanha (ES), a Damare tem se transformado em um símbolo de diversificação e eficiência no agronegócio nacional. A empresa opera hoje quatro fábricas — duas no Espírito Santo, uma em Teófilo Otoni (MG) e outra em Muribeca (SE) — e está presente em 20 estados brasileiros, com crescimento médio anual de 20% nos últimos três anos.
Leite, queijos e café: o tripé da expansão
O coração da operação segue batendo forte em Montanha, onde se concentram os produtos refrigerados — leite, queijos e requeijões — e, desde 2022, também o café conilon. Segundo o presidente Cláudio Rezende, o produto tornou-se um novo motor de crescimento:
“Lançamos nosso café há pouco mais de dois anos e aprendemos rápido. Hoje, somos fortes na Bahia, Sergipe, Recife e Maranhão. Temos uma estratégia bem consolidada e pretendemos crescer entre 20% e 30% no próximo ano”, afirmou.
O desempenho confirma a aposta: as vendas de café conilon cresceram 200% em um ano, com produção mensal atual de 200 toneladas e capacidade instalada para chegar a 1.000 toneladas.
Enquanto isso, em Minas Gerais, a unidade de Teófilo Otoni passa por ampliação. A meta é dobrar a produção de cremes, leites condensados e achocolatados — um movimento que prepara o terreno para o próximo salto da marca.
“Dobrar a produção é o primeiro passo. O desafio agora é dobrar as vendas e ampliar nossa presença em mercados estratégicos”, reforça Rezende.
Portfólio e presença nacional
Com 89 produtos em linha, o portfólio da Damare combina tradição e inovação. Os campeões de venda continuam sendo o creme culinário, o creme de leite e o leite condensado, mas o café conilon já desponta como protagonista entre os lançamentos mais promissores.
Somadas, as fábricas da Damare produzem cerca de 1 milhão de embalagens por dia, atingindo mais de 1 milhão de lares brasileiros. Essa escala dá musculatura à empresa para disputar espaço com grandes nomes do setor lácteo e alimentício nacional.
Além da expansão industrial, a Damare investe fortemente na modernização da marca e no reposicionamento visual. Em 5 de novembro, a companhia apresentou sua nova identidade — embalagens redesenhadas e uma estética mais moderna —, alinhada à estratégia de reforçar a conexão emocional com as famílias brasileiras.
“Precisávamos que a marca refletisse as transformações internas. Essa nova identidade traduz nossa essência e o momento de crescimento que vivemos”, destacou o executivo.
Eficiência, proximidade e propósito
O novo posicionamento também reforça valores que vêm guiando a trajetória da Damare: eficiência produtiva, responsabilidade social e vínculo com o consumidor. A marca se posiciona como símbolo de proximidade com as famílias brasileiras, enquanto mantém os olhos voltados para o futuro e para a inovação.
Para Rezende, o foco é seguir crescendo com solidez:
“Queremos consolidar o que já construímos e seguir avançando, levando o nome do Espírito Santo para todo o país”, afirmou.
Com o mercado de lácteos cada vez mais competitivo e o agronegócio diversificando suas frentes, o caso da Damare revela como a integração entre leite e café pode ser uma combinação estratégica para impulsionar o crescimento de uma empresa regional rumo ao protagonismo nacional.
O desempenho da Damare é mais do que um número expressivo: é um reflexo de uma tendência que vem ganhando força no setor — a integração de portfólios alimentares como forma de driblar a volatilidade dos preços do leite e reduzir a dependência de uma única commodity.
Ao expandir para o café, a Damare equilibra riscos, amplia margens e fortalece sua marca em duas frentes simbólicas da mesa brasileira. Ainda assim, o desafio será manter rentabilidade em meio ao aumento dos custos logísticos e às pressões competitivas das multinacionais.
A aposta em marca própria, eficiência e identidade regional pode ser o diferencial que garantirá à Damare mais do que um faturamento bilionário: a consolidação como um nome de peso no agroalimentar nacional.
*Escrito para o eDairyNews, com informações de Folha Vitória






