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10 nov 2025
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A discussão sobre a reivindicação funcional ganha força: nova regulação pode transformar rótulos no setor de lácteos global 🥛
Reivindicação funcional em alimentos regulação desafia setor lácteo global

A questão da reivindicação funcional em alimentos é hoje um dos grandes focos de atenção para o setor de laticínios. O crescimento acelerado dos alimentos funcionais em 2025 está provocando um olhar mais rigoroso dos reguladores sobre os claims de saúde associados a esses produtos.

Alimentos funcionais — definidos como aqueles que oferecem benefícios além da nutrição básica, como suporte à microbiota intestinal, imunidade ou saúde digestiva — têm atraído fabricantes de laticínios e alternativas lácteas devido ao aumento da demanda do consumidor. Mas, de acordo com o relatório, a regulação relacionada à reivindicação funcional ainda é “um dos grandes temas do ano de 2025”, com implicações para rótulos, marketing e conformidade.

No âmbito europeu, por exemplo, para que um claim seja associado a “probióticos”, “prebióticos” ou “biotics”, é necessária a autorização da European Food Safety Authority (EFSA) e da Comissão Europeia, com base em evidências científicas robustas. A matéria do DairyReporter lembra que, até agora, muitas reivindicações foram negadas pela EFSA justamente por insuficiência de provas.

Para fabricantes de lácteos e derivados, isso significa que a simples menção de “bom para o intestino” ou “apoio imunológico” não será suficiente: os claims devem estar respaldados por ciência, estar claros ao consumidor e seguir normas específicas de cada mercado. A falta de conformidade pode levar a sanções, remoção de produtos ou exigência de redesign de rótulos.

Impactos para o setor lácteo

Os impactos são múltiplos:

  • Produtos lácteos que queiram se posicionar como funcionais terão custo adicional com pesquisa, validação de claims e adequação regulatória.

  • A rotulagem deverá ser mais transparente e evitar termos genéricos ou ambiguidades — segundo especialistas, isso abre espaço para credibilidade, mas também exige investimento.

  • Será necessário monitorar mercados distintos (UE, EUA, América Latina) que têm diferentes níveis de rigor regulatório e interpretações de “claim funcional”.

  • Empresas que já atuam com fórmulas modificadas, iogurtes com biotics, leites enriquecidos ou bebidas lácteas funcionais terão que revisar estratégia de comunicação para evitar risco regulatório.

Oportunidades e tendências

Apesar dos desafios, a tendência representa também uma oportunidade competitiva. As marcas que se anteciparem à regulação, com suporte científico e comunicação clara, poderão ganhar vantagem no mercado premium de alimentos lácteos funcionais. O relatório destaca formatos como kefir, iogurtes com probióticos, leites enriquecidos com vitaminas ou minerais e fórmulas para grupos específicos (idosos, crianças, digestão) como áreas de inovação.

Além disso, a regulação mais estrita pode ajudar a elevar a confiança dos consumidores nesses produtos, favorecendo taxas de recompra e fidelização. A diferenciação por qualidade se torna ainda mais relevante: “rotulagem transparente, benefícios tangíveis e autoridade científica forte são chave para construir confiança e impulsionar compras repetidas” — segundo a analista citada na matéria.

Desafios regulatórios em foco

No entanto, não é um caminho livre de obstáculos. Entre os principais desafios apontados:

  • Definir claramente o que constitui uma reivindicação funcional aceitável ou autorizada em cada mercado.

  • Produzir evidências robustas (ensaios clínicos, estudos longitudinais) que sustentem os benefícios alegados.

  • Atender à rotulagem conforme exigências locais, muitas vezes com terminologia e formatos distintos.

  • Monitorar e adaptar-se à rápida evolução regulatória, que em alguns países pode mudar de forma repentina.

  • Equilibrar o custo do desenvolvimento funcional com margens viáveis, sobretudo em mercados emergentes.

Considerações finais

Dado que a reivindicação funcional está se tornando cada vez mais central para o setor de laticínios e alimentos afins, as empresas precisam levar a sério o compliance regulatório, a verificação científica dos claims e a transparência na comunicação com o consumidor. Aquelas que conseguirem operar com agilidade, qualidade e confiança, terão vantagem competitiva em um cenário global em transformação.

Investir em alimentos funcionais é estratégico — mas sem desconsiderar que a regulação, os custos e a credibilidade científica caminham lado a lado.

Escrito para o eDairyNews, com informações de DairyReporter.

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