O leite de búfala vem ganhando espaço na pecuária brasileira
e o Ceará surge como um dos protagonistas desse movimento, combinando genética de ponta, tecnologia e sustentabilidade. De acordo com a Associação Brasileira de Criadores de Búfalos (ABCB), o rebanho nacional já ultrapassa 1,4 milhão de cabeças, impulsionado pela crescente demanda por carne e laticínios bubalinos em todo o país.
No litoral oeste cearense, o município de Paracuru abriga um dos principais polos de desenvolvimento da atividade. Lá, a Fazenda Laguna se consolidou como referência nacional em produção e melhoramento genético da raça Murrah — reconhecida mundialmente pela alta produtividade e qualidade do leite.
Com mais de 30 anos de história, a propriedade alia manejo responsável e pesquisa científica, em parceria com o Laboratório de Fisiologia e Controle da Reprodução da Faculdade de Veterinária da Universidade Estadual do Ceará (Uece). O trabalho conjunto inclui projetos de fertilização in vitro (FIV), que fortalecem o aprimoramento genético da espécie no país.
A estrutura também abriga a Queijaria Laguna, instalada dentro da própria fazenda, responsável pela produção de 32 tipos de queijos e derivados — com cerca de 60 variações comerciais, sendo 10 feitos exclusivamente com leite de búfala. Os produtos abastecem redes de supermercados, hotéis, restaurantes e o setor de food service em todo o Ceará, agregando valor à produção e consolidando o estado como importante polo consumidor e produtor.
Além do destaque técnico, a fazenda tem expressivo impacto socioeconômico: gera mais de 100 empregos diretos e cerca de 300 indiretos, beneficiando mais de 200 famílias produtoras e estimulando uma ampla cadeia de fornecedores e prestadores de serviços locais.
Reconhecida por suas práticas sustentáveis e excelência genética, a Laguna já foi citada por instituições internacionais como a Associação Venezuelana de Criadores de Búfalos (ASOBUFALO) e participou da Primeira Conferência Internacional de Mozzarella, realizada na Itália em 2024 — um marco que reforça o papel do Ceará como protagonista na inovação e expansão da bubalinocultura brasileira.
“O búfalo representa não apenas uma alternativa de produção, mas uma oportunidade concreta de desenvolvimento sustentável, geração de renda e valorização da pecuária de qualidade no Nordeste”, afirma Simon Fernandes Riess, presidente da ABCB.
Com potencial crescente e reconhecimento internacional, o Ceará consolida-se como território estratégico para o avanço da bubalinocultura, unindo tradição, inovação e competitividade em um dos segmentos mais promissores do agronegócio nacional.






