ESPMEXENGBRAIND
18 nov 2025
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🥛 Consumidores seguem divididos entre o leite de caixinha e o de pacotinho. Entenda diferenças reais de validade, segurança e nutrição, segundo especialistas.
🥛 Muita gente acha que um é “mais saudável” que o outro. Mas a ciência mostra outra coisa. Veja o que diz a nutricionista Camila Spinelli. Leite.
🥛 Muita gente acha que um é “mais saudável” que o outro. Mas a ciência mostra outra coisa. Veja o que diz a nutricionista Camila Spinelli.

Leite é um daqueles produtos que sempre geram discussão no supermercado:

Afinal, o leite de caixinha é melhor do que o leite de pacotinho? Ou seria o contrário? Para esclarecer o duelo que movimenta gôndolas e carrinhos, a nutricionista Dra. Camila Spinelli, em entrevista ao Portal da Cidade Blumenau, explicou o que realmente muda — e, sobretudo, o que permanece igual — entre os dois tipos mais consumidos pelos brasileiros.

Segundo a especialista, o leite de caixinha passa por um tratamento térmico intenso chamado UHT (Ultra High Temperature).

Nesse processo, o leite é aquecido rapidamente a cerca de 135 °C e depois resfriado em velocidade igualmente acelerada. “Esse mecanismo garante a eliminação total dos microrganismos”, reforça Spinelli. É justamente essa esterilização que permite ao produto ficar meses fora da geladeira, desde que a embalagem permaneça fechada.

Do outro lado da disputa está o tradicional leite de pacotinho, também chamado de leite de saquinho. Ele passa pela pasteurização, processo mais suave, no qual o leite é aquecido entre 72 °C e 74 °C por aproximadamente 15 a 20 segundos.

De acordo com a explicação da nutricionista, esse aquecimento elimina apenas os microrganismos patogênicos, ou seja, aqueles capazes de causar doenças. Por isso, o leite pasteurizado precisa ser refrigerado o tempo todo, antes e depois da abertura.

E se a briga entre os dois parece acirrada, aqui vem o plot twist: nutricionalmente, eles são iguais. A Dra. Camila Spinelli destaca que tanto o UHT quanto o pasteurizado mantêm preservados seus principais nutrientes: proteína, cálcio e vitamina D.

E a gordura? Também não muda — a variação só existe quando comparamos as versões integral, semi-desnatada e desnatada, e não entre UHT e pasteurizado. O integral costuma ter cerca de 3% de gordura, o semi-desnatado menos de 3% e o desnatado até 0,5%.

Outro ponto decisivo para o consumidor é a validade. Aqui o leite UHT leva vantagem: por ter passado por esterilização completa, tem durabilidade maior e deteriora mais lentamente. Já o leite de pacotinho, por conter microrganismos não patogênicos, se estraga mais rápido e exige transporte, armazenagem e consumo mais cuidadosos.

A discussão sobre aditivos também aparece com frequência nas redes sociais. Segundo orientações da Anvisa, é permitido o uso de estabilizantes no leite para garantir que as proteínas se mantenham estáveis durante o aquecimento em altas temperaturas.

Embora muitas pessoas associem esses aditivos apenas ao leite UHT, a nutricionista lembra que alguns leites de pacotinho também podem conter estabilizantes. Por isso, reforça: ler os rótulos é fundamental.

Mas se o valor nutricional é o mesmo, e ambos são seguros quando armazenados corretamente, como escolher entre um e outro? A resposta, segundo a especialista, passa mais pela rotina do consumidor do que por qualquer diferença técnica.

Famílias que priorizam praticidade e longa validade tendem a preferir o leite UHT. Já quem consome o leite muito fresco, tem geladeira espaçosa e aprecia sabor mais próximo do natural normalmente opta pelo pasteurizado.

A Dra. Camila Spinelli tem amplo histórico na área de alimentação e saúde. Blumenauense, começou estudando Administração com Marketing, mas em 2005 seguiu exclusivamente a graduação em Nutrição pela Univali.

Depois da formação, retornou a Blumenau, onde hoje atua como nutricionista em escola, asilo e consultório. Também é professora, palestrante, produz conteúdos sobre nutrição no Instagram e integra a bancada do Jornal da 106 no quadro Nutrição e Saúde.

No fim das contas, o famoso duelo entre leite de caixinha e leite de pacotinho não é uma batalha de “melhor x pior”, mas sim de estilo de vida x conveniência. Ambos entregam o mesmo valor nutricional; o que muda são temperatura, validade, transporte e a forma como cada consumidor encaixa o produto no dia a dia.

A escolha, portanto, é muito menos dramática do que parece — e muito mais sobre o que cabe na rotina, na geladeira e, claro, no bolso de cada brasileiro.

*Escrito para o eDairyNews, com informações de Portal da Cidade Blumenau

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