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19 nov 2025
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Com foco em longevidade, a Danone analisa a Akkermansia presente em superidosos japoneses e chineses para desenvolver produtos de alto valor. 🌱
A busca pela longevidade leva a Danone a investigar o que diferencia o microbioma de quem ultrapassa os 100 anos — e como isso vira produto. 🧫
A busca pela longevidade leva a Danone a investigar o que diferencia o microbioma de quem ultrapassa os 100 anos — e como isso vira produto🧫

A longevidade deixou de ser um tema filosófico e entrou definitivamente no radar estratégico da Danone.

A aquisição recente da Akkermansia Company — especializada em biotics de nova geração — é apenas a face mais visível de uma ambição maior: entender como o microbioma de pessoas que ultrapassam os 100 anos pode inspirar a próxima onda de produtos funcionais.

Taous Lassel, vice-presidente de pesquisa e inovação da Danone para China, Norte da Ásia e Oceania, descreve esse movimento com simplicidade, mas também com convicção. Segundo ela, a empresa mergulhou nos dados de centenários asiáticos e encontrou algo que mudou o jogo: padrões de bactérias intestinais que lembram muito mais o microbioma de jovens adultos do que o de idosos. A partir daí, a pergunta foi inevitável: como isso é possível?

🌏 Por que a Ásia virou o laboratório natural da longevidade

A maior concentração de centenários do mundo está na Ásia — especialmente em Japão e China. Para Lassel, essa geografia não é coincidência; é um ponto de partida. A equipe analisou o microbioma de pessoas com idade superior a 100 anos, incluindo um caso emblemático: um voluntário de 117 anos, que forneceu amostras para o estudo.

O que encontraram ali surpreendeu até os cientistas mais experientes da Danone. Entre as bactérias presentes, estavam diferentes tipos de bifidus, comuns em iogurtes, mas em proporções inesperadas para alguém tão idoso. E, claro, a estrela emergente: a Akkermansia, bactéria associada a equilíbrio metabólico, saúde intestinal e funções anti-inflamatórias.

Esse conjunto de achados reforça a hipótese que orienta hoje boa parte das pesquisas da Danone: o estilo de vida, os hábitos alimentares e a diversidade microbiana ao longo da vida podem influenciar a vitalidade de maneira profunda — e replicável.

🧬 Akkermansia: moda passageira ou pilar científico?

No mercado, o termo “Akkermansia” já começa a circular com a mesma velocidade com que a empresa expandiu sua presença no setor de biotics. Mas Lassel insiste que não se trata de hype. Ela explica que essa bactéria aparece de forma consistente em centenários considerados “saudáveis” — aqueles que mantêm autonomia, mobilidade e lucidez.

Sua equipe identificou que, nesses indivíduos, a Akkermansia está associada a um perfil intestinal mais jovem, mais resiliente e metabolicamente mais ativo. E isso se conecta diretamente ao mandamento atual da Danone: usar ciência para criar produtos que apoiem o envelhecimento saudável, não apenas suplementar o que falta.

✨ Vitalidade: o dado inesperado que virou insumo estratégico

Se o estudo dos centenários foi o “primeiro capítulo”, o segundo veio da China, onde a Danone conduziu um experimento com consumidores acima de 50 anos. Os participantes receberam um produto contendo probióticos e prebióticos, enquanto um grupo de controle manteve a dieta habitual.

Era esperado que o grupo experimental apresentasse maior diversidade microbiana. Mas o que chamou a atenção da empresa foi outra coisa: os relatos subjetivos de bem-estar. Segundo Lassel, muitos participantes disseram sentir “mais energia”, “mais disposição” e uma espécie de “re-sincronização” do corpo.

Ainda não há conclusões definitivas — a executiva faz questão de reforçar isso. Mas, para a Danone, há ali um sinal promissor: intervenções nutricionais relativamente simples podem gerar impactos perceptíveis em muito pouco tempo.

🔮 Longevidade como categoria de produto — e de mercado

Hoje, “envelhecer bem” já não é um nicho; é um setor em expansão acelerada. A Danone entende isso e busca transformar ciência em vantagem competitiva. A empresa aposta que consumidores acima dos 50 anos querem mais que suplementação: querem qualidade de vida, digestão eficiente, energia para a rotina e produtos que façam sentido no dia a dia.

A longevidade, portanto, deixa de ser uma pauta social e se torna um pilar de inovação e diferenciação comercial. Com a Akkermansia como protagonista, a Danone pretende desenvolver alimentos funcionais de nova geração, capazes de entregar benefícios percebidos e sustentáveis — sempre com ciência validada.

Para Lassel, a mensagem é simples: entender como vivem os centenários asiáticos pode ajudar não apenas a prolongar os anos de vida, mas a ampliar a vida dentro dos anos.

*Escrito para o eDairyNews, com informações de Dairy Reporter

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