ESPMEXENGBRAIND
19 nov 2025
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19 nov 2025
Com produção em avanço firme, Goiás se consolida no top 5 nacional, puxado pela força de Orizona e pelo dinamismo do mercado leiteiro 🐄
A produção de leite em Goiás se expande, impulsionada por municípios líderes e por um cenário internacional que mexe com preços e importações. 📊
A produção de leite em Goiás se expande, impulsionada por municípios líderes e por um cenário internacional que mexe com preços e importações 📊

A produção de leite em Goiás voltou a ganhar destaque nacional e movimentou o setor ao consolidar o estado como o 5º maior produtor do país, segundo o informativo Agro em Dados de novembro, elaborado pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) com base nas estatísticas do IBGE.

O levantamento, ao qual se fez referência de forma institucional, mostra não apenas o avanço expressivo do rebanho leiteiro, mas também o desempenho desigual entre os principais municípios, revelando nuances importantes sobre eficiência, produtividade e posicionamento estratégico dentro da cadeia.

De acordo com o documento, Goiás alcançou 1,4 milhão de vacas ordenhadas em 2024, volume que sustenta uma produção anual de 2,9 bilhões de litros de leite.

A Seapa contextualizou que esses resultados reafirmam a capacidade competitiva do estado e explicam sua ascensão ao grupo dos cinco maiores produtores do Brasil, um patamar historicamente ocupado por regiões de tradição leiteira consolidada.

No topo da lista estadual aparece o município de Orizona, que se destaca tanto pelo número de animais em lactação quanto pelo volume entregue.

Conforme registrado no informativo, a cidade lidera com 39,5 mil vacas ordenhadas e 124,5 milhões de litros produzidos, desempenho que a posiciona como referência regional em termos de organização produtiva e eficiência.

Logo atrás surgem Piracanjuba e Bela Vista de Goiás, ambos com volumes anuais superiores a 80 milhões de litros. Essas cidades reforçam a concentração produtiva em zonas onde predominam sistemas consolidados, forte integração entre campo e indústria e maior capacidade de absorção tecnológica.

Na sequência, Rio Verde e Jataí também mantêm participações expressivas ao superar a marca dos 70 milhões de litros, dando continuidade ao padrão de municípios que combinam estrutura agropecuária robusta e presença industrial relevante.

Um caso que chamou atenção no relatório — e que foi sublinhado no material técnico — é o de Luziânia. O município possui o segundo maior número de vacas ordenhadas do estado, com 33,7 mil cabeças, mas aparece apenas na 12ª posição em produção, somando 50,7 milhões de litros.

O dado reforça a leitura de que há diferenças consistentes entre quantidade de animais, manejo, produtividade por vaca e eficiência dos sistemas. Especialistas consultados no âmbito do informativo apontam que a disparidade expõe oportunidades de melhoria em genética, nutrição, gestão e estrutura de apoio produtivo.

Além do panorama estadual, o Agro em Dados dedicou um capítulo ao contexto de mercado, destacando que o ambiente internacional vem influenciando de forma direta a dinâmica do setor.

A Embrapa Gado de Leite observou que a diferença entre preços internos e externos tem favorecido o avanço das importações, principalmente diante da queda de remuneração ao produtor em países vizinhos.

Segundo dados citados pela Embrapa, a remuneração ao produtor na Argentina recuou de US$ 0,42 para US$ 0,36 por litro, enquanto Uruguai e Brasil mantiveram médias de US$ 0,43 e US$ 0,47, respectivamente. Essa diferença ampliou a competitividade do produto importado.

O próprio informativo assinalou que as compras externas brasileiras aumentaram de 19,2 mil toneladas em agosto para 23,3 mil toneladas em setembro, avanço de 20%. No período, 66,1% do volume total importado veio da Argentina, consolidando o país como principal fornecedor do Brasil.

Ainda conforme a Embrapa, o movimento surpreendeu parte do mercado, que esperava retração das importações no segundo semestre devido à queda dos valores internos e ao aumento da produção nacional.

Entretanto, a oferta adicional gerada pelo maior volume interno não foi acompanhada pelo consumo doméstico, abrindo espaço para mais pressão competitiva e contribuindo para um ambiente de preços mais desafiador.

Dentro desse cenário, Goiás também registrou movimentações no comércio exterior. Em setembro, de acordo com o informativo, o estado exportou 3,5 toneladas de leite condensado para a Argentina e importou 62,4 toneladas de soro de leite, evidenciando participação ainda limitada, mas crescente, nas rotas internacionais de lácteos.

O conjunto dos dados reforça que a consolidação de Goiás como 5º maior produtor nacional não se deve apenas ao tamanho do rebanho, mas à capacidade de municípios como Orizona de converter escala em eficiência.

Ao mesmo tempo, as pressões do mercado global continuam ditando o ritmo da competitividade, exigindo mais atenção de produtores, indústrias e formuladores de política pública.

*Escrito para o eDairyNews, com informações de Agrolink

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