O fundo proposto para fortalecer a cadeia produtiva do leite no Paraná ganhou destaque na Assembleia Legislativa após o deputado estadual Luis Corti (PSB) apresentar uma emenda à Lei Orçamentária Anual (LOA 2026) que prevê um aporte total de R$ 300 milhões para o setor. A iniciativa foi construída a partir de diálogos com produtores, cooperativas e lideranças técnicas do agronegócio, que há meses alertam para a necessidade de medidas estruturais capazes de enfrentar a pressão dos custos e a crescente concorrência de produtos importados.
De acordo com a proposta defendida por Corti, o recurso formará o Fundo de Apoio e Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Leite do Paraná, um mecanismo destinado a garantir investimentos diretos na base da produção. A emenda autoriza o Poder Executivo a utilizar os valores tanto para conceder subsídios quanto para adquirir equipamentos essenciais ao funcionamento das propriedades, a exemplo de resfriadores, geradores, caminhões-tanque e plataformas de captação.
O parlamentar argumenta que essa estratégia mira resolver gargalos históricos. “É um passo necessário para proteger o produtor rural e dar competitividade ao leite paranaense”, afirmou Corti, em manifestação pública divulgada por sua assessoria. Ele recordou que o estado já deu uma sinalização importante ao setor com a aprovação da Lei 22.765/2025, que proibiu a reidratação de leite importado. Segundo o deputado, o novo fundo consolida essa linha de atuação ao garantir que os investimentos cheguem diretamente às propriedades, especialmente às pequenas e médias.
Outro ponto destacado por Corti é a integração da proposta com políticas de inovação que já estão em andamento. O deputado reforçou que o Centro de Excelência do Leite, instalado em Castro e reconhecido como um dos polos técnicos mais avançados do Brasil, terá papel complementar à política de investimentos. Para ele, a coexistência do centro e do fundo cria um ambiente institucional favorável à modernização e à difusão de tecnologias, ampliando a qualidade e a eficiência de toda a cadeia.
O Centro, que tem foco em pesquisa, transferência de conhecimento e capacitação, foi concebido para posicionar o Paraná como referência nacional em produção de leite com alto padrão de qualidade. Com o reforço do fundo, Corti avalia que o estado poderá acelerar esse movimento e alcançar resultados ainda mais expressivos, principalmente ao integrar produtores a programas de inovação e melhoria contínua.
Além da modernização tecnológica, o deputado afirma que o fundo terá impacto direto na redução de custos para as propriedades rurais. A aquisição centralizada de equipamentos e a concessão de subsídios devem aliviar pressões sobre a estrutura produtiva, especialmente em um momento de altos preços de insumos e margens apertadas. Para Corti, isso cria condições mais favoráveis para o produtor competir com o leite importado e manter a renda no campo.
A proposta chega ao Legislativo em fase crucial das discussões sobre o orçamento estadual. A emenda agora será analisada pelas comissões temáticas da Assembleia Legislativa, nas quais receberá parecer técnico e político antes de seguir ao plenário. A expectativa é que a votação aconteça até o final do ano, possibilitando que o fundo seja incorporado à LOA e executado já a partir de 2026.
Caso aprovado, o fundo marcará um avanço significativo na política estadual voltada ao setor lácteo. Lideranças rurais ouvidas pela reportagem destacam que a previsibilidade orçamentária pode atrair novas iniciativas privadas, fomentar parcerias com cooperativas e gerar um ciclo de investimentos contínuos. Na avaliação de especialistas, esse tipo de mecanismo permite uma resposta mais rápida a crises, melhora o ambiente de negócios e reforça a presença do Paraná no cenário nacional de produção de leite.
Para Corti, o objetivo é claro: criar condições para que o Paraná se consolide como referência brasileira na valorização do produtor de leite, equilibrando modernização, proteção econômica e políticas de longo prazo. “É um compromisso com quem produz, com quem está no campo e com o futuro do nosso agronegócio”, finalizou o deputado.
*Escrito para o eDairyNews, com informações de Jornal Correio do Povo






