ESPMEXENGBRAIND
3 dez 2025
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Os derivados lácteos registraram baixa média de 5,9% em novembro, segundo o boletim do setor goiano, reforçando a tendência de retração 📉
Derivados lácteos tiveram queda média de 5,9% em novembro, mostrando comportamento homogêneo entre os principais itens da cesta. 🧮
Derivados lácteos tiveram queda média de 5,9% em novembro, mostrando comportamento homogêneo entre os principais itens da cesta 🧮

Os derivados lácteos encerraram novembro com uma redução média de 5,9% nos preços, segundo o Boletim de Mercado do Setor Lácteo Goiano, divulgado pela Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) após reunião da Câmara Técnica e de Conciliação da Cadeia Láctea de Goiás. A nova rodada de dados confirma a permanência de um ciclo de retração que vem se estendendo ao longo dos últimos meses, reforçando o clima de cautela entre produtores, indústria e varejo do estado.

O informativo, elaborado mensalmente pela Seapa com apoio de órgãos técnicos ligados ao agronegócio goiano, apontou comportamento homogêneo entre os produtos monitorados. Cada item apresentou queda, ainda que em intensidades distintas, compondo um cenário que os analistas que participam da Câmara Técnica classificam como “ajuste natural de mercado” após um período de maior disponibilidade de matéria-prima e demanda mais moderada em diversos segmentos.

O maior recuo entre os derivados avaliados aconteceu no leite UHT integral, que desabou 11,74% em comparação com outubro. Técnicos ouvidos para o boletim atribuem o movimento à combinação entre maior oferta nas indústrias, competição acirrada no varejo e forte sensibilidade do consumidor a variações de preço. Como o UHT representa 20% da cesta ponderada, seu desempenho teve impacto direto no índice geral.

Outro item de peso na estrutura de custos e na composição da cesta — a muçarela, com 37% de participação — também apresentou queda expressiva de 5,65%. A retração, segundo participantes da Câmara Técnica, está associada ao escoamento mais lento de lácteos destinados aos segmentos de food service e atacarejo, que vinham operando com estoques elevados desde o fim do inverno. A redução afeta diretamente a rentabilidade de laticínios médios, que dependem fortemente desse produto para equilíbrio financeiro.

O leite em pó integral, com 23% de peso na cesta, registrou retração de 5,20%, resultado que analistas relacionam ao ambiente internacional de preços, ainda pressionado por estoques globais mais altos e pela concorrência de países exportadores tradicionais. Mesmo com a demanda interna relativamente estável, o mercado doméstico não tem absorvido altas recentes, o que mantém a pressão baixista.

Já o leite condensado apresentou queda de 1,55%, variação considerada moderada pelos avaliadores, refletindo maior estabilidade nas indústrias focadas em produtos de maior valor agregado. O creme a granel, item com menor peso na cesta (6%), registrou baixa de 0,77%, variação classificada como suave e alinhada ao equilíbrio momentâneo entre oferta e demanda desse insumo em indústrias de confeitaria e lácteos especiais.

Somadas, essas variações resultaram no recuo médio de 5,90% no índice geral de derivados lácteos do mês. Para o titular da Seapa, Pedro Leonardo Rezende, o monitoramento sistemático é essencial para orientar decisões estratégicas de todos os elos da cadeia. Em declaração registrada no boletim, Rezende enfatizou que as oscilações identificadas em novembro refletem ajustes típicos de um mercado em reorganização, condicionado tanto pelo comportamento da oferta quanto pelos movimentos de consumo.

Segundo ele, informações atualizadas e tecnicamente validadas garantem aos agentes econômicos maior capacidade de planejamento, especialmente em um segmento marcado por forte volatilidade e alta sensibilidade ao clima, aos custos de produção e às dinâmicas de mercado. Rezende destacou ainda que o acompanhamento contínuo realizado pela secretaria, em parceria com órgãos competentes, reforça o compromisso do Governo de Goiás com o desenvolvimento sustentável do setor lácteo.

A leitura do mercado goiano neste fim de ano sugere que os ajustes podem seguir, caso persistam os fatores de pressão sobre a indústria e a continuidade do consumo moderado. Produtores consultados para a elaboração do boletim afirmam acompanhar com atenção a evolução dos custos de alimentação e energia, que permanecem como pilares decisivos na formação do preço final.

*Escrito para o eDairyNews, com informações de OJORNALISMO

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