O avanço do queijo Piracanjuba para o mercado, a partir da nova unidade industrial instalada em São Jorge D’Oeste, no Sudoeste do Paraná, marcou oficialmente um novo momento econômico para o município na segunda-feira, 1º de dezembro de 2025.
O primeiro caminhão carregado de produtos deixou a planta no início da tarde, consolidando a fase de expedição e confirmando que a operação já alcançou ritmo industrial após o início da produção de mussarela em novembro.
Fontes que acompanham o projeto desde sua concepção relataram que o envio inaugural não apenas confirma a capacidade produtiva da fábrica, mas também valida meses de testes internos, auditorias, ajustes de maquinário e revisão de protocolos sanitários. Segundo interlocutores próximos ao empreendimento, a empresa vinha rodando lotes técnicos desde meados da primavera, preparando-se para o momento de integração total à cadeia comercial.
O complexo industrial, que recebeu investimento estimado em R$ 612 milhões, foi projetado para processar 1,2 milhão de litros de leite por dia — volume que posiciona a unidade entre as maiores estruturas de processamento do país. A capacidade anual anunciada pela empresa indica potencial para 39,4 mil toneladas de queijo e 7,9 mil toneladas de manteiga, somando-se a uma diversificação que fortalece o portfólio na categoria de derivados de maior valor agregado.
Além dos produtos tradicionais, a planta incorpora tecnologias para transformação do soro de leite em whey protein e lactose em pó, um diferencial que, segundo analistas do setor, amplia a competitividade da Piracanjuba em mercados estratégicos como nutrição esportiva, ingredientes industriais e exportações. Especialistas consultados na região afirmam que esse avanço consolida o município como referência nacional em processamento lácteo de alta eficiência.
A circulação do primeiro caminhão também serviu como teste para toda a malha logística da empresa. Rotas, tempos de carregamento, pesagem, segurança viária e acessos regionais foram monitorados em tempo real por equipes técnicas. De acordo com profissionais ligados à cadeia de transporte, a operação inicial demonstrou que São Jorge D’Oeste possui infraestrutura capaz de atender com fluidez os fluxos destinados ao Sul e ao Sudeste, reforçando a posição geográfica privilegiada do município.
No campo social e econômico, os impactos já começam a ser percebidos. A fábrica deve gerar cerca de 300 empregos diretos e um número expressivo de vagas indiretas vinculadas a serviços, transporte, alimentação, manutenção e fornecimento de insumos. Comerciantes locais relatam aumento de movimento desde o início das contratações e sinalizam expectativa de expansão do consumo interno à medida que a rotina industrial se estabiliza.
Produtores de leite da região, por sua vez, enxergam na nova unidade uma oportunidade de ampliar a segurança de compra e fortalecer relações comerciais no médio e longo prazos. Representantes do setor afirmam que a presença de uma indústria desse porte tende a estimular investimentos em qualidade, genética, manejo nutricional e infraestrutura nas propriedades, consolidando um ambiente mais competitivo e tecnificado.
O lançamento do primeiro lote de queijo Piracanjuba também tem sido interpretado por autoridades municipais como um marco de reposicionamento estratégico de São Jorge D’Oeste. A prefeitura, por meio de declarações públicas recentes, destacou que o empreendimento aumenta a visibilidade da cidade no setor agroindustrial e abre portas para novos fluxos de negócios, eventos corporativos, parcerias educacionais e capacitações profissionais.
A chegada da fase de expedição representa, em síntese, a passagem do planejamento para a operação em escala real. Para o município, o movimento simboliza uma virada econômica baseada em industrialização, maior circulação de renda e estímulo à inovação tecnológica. Para a Piracanjuba, reforça a estratégia de ampliar sua presença nacional com unidades que integram produção, processamento e agregação de valor em um mesmo polo.
Com o caminhão inaugural já na estrada, São Jorge D’Oeste dá início a um ciclo que, segundo analistas locais, tem potencial para redefinir o mapa do setor lácteo no Sul do Brasil — e o queijo Piracanjuba se torna o símbolo desse novo patamar industrial.
*Escrito para o eDairyNews, com informações de Jornal Novo Tempo






