A Fonterra encerrou 2025 definindo o ciclo como um “ano marcante”, impulsionado por resultados financeiros sólidos, preço competitivo do leite e um dividendo considerado respeitável por sua liderança.
Durante a assembleia anual realizada em Christchurch, dirigentes da cooperativa reforçaram que o desinvestimento de marcas estratégicas abriu caminho para uma organização mais focada, eficiente e orientada ao retorno ao produtor.
O presidente Peter McBride recordou que combinações positivas entre preço do leite e dividendos não eram comuns no passado recente da cooperativa. Segundo ele, alcançar dois anos consecutivos de bons indicadores demonstra maturidade estratégica e disciplina operacional. McBride reconheceu ainda o engajamento dos cooperados ao debaterem, ao longo do ano, a lógica econômica do processo de desinvestimento aprovado em assembleia extraordinária, destacando que críticas e contribuições estruturadas sempre fortaleceram a governança da Fonterra.
No encontro, McBride classificou a venda da Mainland Group como o último grande movimento de desinvestimento necessário para reposicionar a cooperativa. Com esse passo, afirmou, encerra-se uma fase estrutural de reconfiguração do portfólio e inicia-se uma etapa mais centrada nas vantagens comparativas da Fonterra. Esse realinhamento pretende consolidar uma cooperativa mais eficiente em capital, com capacidade ampliada para investir em ingredientes de especialidade e em seu robusto negócio global de foodservice.
Ao projetar 2026, McBride enfatizou que o objetivo imediato será “fazer o básico com excelência”. Isso inclui um programa mais rígido de gestão de custos, redução consistente dos custos de qualidade e avanços contínuos na eficiência fabril. De acordo com a liderança, essa disciplina será essencial para sustentar a competitividade num cenário global em que mercados e margens permanecem voláteis.
Além disso, a Fonterra reforçará a agenda de crescimento sustentável em suas operações de ingredientes e foodservice. O presidente informou que novos investimentos serão canalizados para etapas superiores da cadeia de valor, mantendo o compromisso de gerar impacto econômico expressivo nas comunidades da Nova Zelândia onde a cooperativa mantém suas operações regionais.
O diretor-presidente Miles Hurrell complementou que, após a conclusão dos desinvestimentos, a estratégia é restabelecer o nível de ganhos observados em 2025 até o ano fiscal de 2028. Essa meta levaria em conta a necessidade de compensar a saída da Mainland Group do portfólio da cooperativa. Hurrell acrescentou que a Fonterra mira alcançar retorno sobre capital no limite superior da meta interna de 10% a 12%, superando o desempenho atual.
Segundo o executivo, o novo desenho operacional deixará a cooperativa mais focada, com estrutura de custos mais enxuta e apta a gerar retornos mais consistentes aos seus mais de 9 mil produtores cooperados. Em sua avaliação, essa equação será determinante para fortalecer a competitividade internacional da Fonterra diante do crescimento de exportadores rivais e da pressão global por eficiência produtiva.
Hurrell também comentou a recente revisão do preço projetado do leite, cujo ponto médio caiu de NZ$ 10/kg MS para NZ$ 9,50/kg MS. Ele ressaltou que, apesar do ajuste, a projeção permanece dentro do intervalo de NZ$ 8 a NZ$ 11/kg MS anunciado no início da temporada, o que confere estabilidade relativa ao planejamento dos produtores.
A assembleia anual também marcou homenagens institucionais. McBride dedicou agradecimentos ao diretor Andy Macfarlane, que está se retirando do conselho após contribuir de forma expressiva desde 2017. Segundo o presidente, sua experiência e liderança foram fundamentais para decisões estratégicas que moldaram o atual posicionamento da cooperativa.
Além disso, foram reconhecidos os resultados da eleição para novos diretores, com Michelle Pye e Alison Watters ingressando no conselho da Fonterra. A liderança celebrou a chegada de novos olhares à governança, reforçando a importância da representatividade e da renovação para o futuro da cooperativa.
Com metas de eficiência, foco ampliado em ingredientes e foodservice e a ambição de entregar maior retorno ao cooperado, a Fonterra encerra 2025 confiante de que o ano marcou o início de um novo ciclo estratégico – mais ajustado, mais competitivo e orientado à criação de valor sustentável para toda a sua base produtiva.
*Escrito para o eDairyNews, com informações de Farmers Weekley






