A CPLA — Cooperativa de Produção Leiteira de Alagoas — inicia uma nova fase ao passar a ser administrada majoritariamente por três dos maiores grupos do setor lácteo no Brasil: Betânia, Camponesa e Embaré.
A parceria, anunciada oficialmente pelo governo estadual, prevê investimentos entre R$ 30 milhões e R$ 40 milhões e tem como objetivo central fortalecer a cadeia do leite, ampliar a captação junto aos produtores e impulsionar a economia da Bacia Leiteira alagoana.
O anúncio foi feito pelo governador de Alagoas, Paulo Dantas, durante evento realizado no dia 19, em Maceió. Segundo ele, o acordo entre as empresas foi formalizado no dia 17 e representa um passo estratégico para consolidar o estado como polo relevante da produção leiteira no Nordeste. A CPLA mantém sua sede administrativa na capital e opera uma unidade de beneficiamento no município de Batalha, região central da Bacia Leiteira.
De acordo com o governador, a expectativa inicial é que a nova gestão da CPLA assegure a aquisição adicional de cerca de 300 mil litros de leite por dia, criando um ambiente mais previsível para os produtores locais. Ele ressaltou que a atração de grandes grupos do setor está diretamente ligada à geração de emprego, renda e desenvolvimento regional.
Ao comentar os termos do acordo, Paulo Dantas destacou que a exigência do governo foi clara: os novos gestores devem atuar de forma produtiva no estado. Segundo ele, o compromisso firmado vai além da gestão administrativa da cooperativa. “Estamos falando do quinto maior grupo de laticínios do Brasil. A única exigência foi que eles viessem para comprar leite, produzir, gerar riqueza e prosperidade, e não para fazer reserva de mercado”, afirmou.
O governador informou ainda que a Procuradoria-Geral do Estado já trabalha na elaboração dos documentos necessários para a autorização formal da parceria, garantindo segurança jurídica à operação. A previsão é de que a nova fase da CPLA resulte na criação de aproximadamente 200 empregos diretos, distribuídos ao longo da região da Bacia Leiteira.
Com a entrada dos três grupos na gestão da cooperativa, o governo estima que, somadas outras operações industriais em implantação, o volume total de leite adquirido diretamente dos produtores possa alcançar cerca de 800 mil litros por dia. A estratégia inclui a captação do leite próxima às fazendas, reduzindo custos logísticos e fortalecendo o vínculo entre indústria e produtor rural.
Nesse contexto, Paulo Dantas avaliou que a reorganização da CPLA permitirá oferecer preços mais justos e competitivos ao produtor. Para ele, a previsibilidade na compra e a escala industrial são fatores essenciais para dar sustentabilidade econômica à atividade leiteira no estado.
O movimento envolvendo a CPLA se insere em um processo mais amplo de atração de grandes empresas para os municípios produtores de leite em Alagoas. Um dos principais exemplos é a Natville, que está em fase final de construção de uma nova fábrica no município de Batalha, no Sertão alagoano. A unidade tem capacidade prevista para processar cerca de 300 mil litros de leite por dia.
O investimento da Natville na nova planta industrial soma R$ 500 milhões, com projeção de faturamento anual de R$ 1 bilhão. A expectativa é de geração de aproximadamente 500 empregos diretos e até 5 mil indiretos, atendendo centenas de pequenos produtores da região. Para viabilizar o empreendimento, o governo estadual concedeu cerca de R$ 200 milhões em incentivos fiscais.
Além da futura unidade em Batalha, o grupo Natville já opera uma fábrica em União dos Palmares, inaugurada em 2021, com capacidade para processar 150 mil litros de leite por dia. A combinação desses investimentos reforça a estratégia de interiorização da indústria láctea em Alagoas.
Outro grupo que observa o estado com atenção é a Piracanjuba. Executivos da empresa goiana estiveram recentemente em Maceió para avaliar a possibilidade de instalar uma fábrica na região da Bacia Leiteira. A visita ocorreu na sede do Senar Alagoas e faz parte de um processo de prospecção após a recente expansão da empresa no Nordeste.
A Piracanjuba adquiriu, em maio, a Natulact, indústria sergipana de queijos e derivados localizada em Nossa Senhora da Glória. Durante a visita, o diretor de Relações Institucionais e Governamentais do grupo, Marcelo Costa Martins, afirmou que a proximidade geográfica com Sergipe abre espaço para novas parcerias e projetos futuros em Alagoas, incluindo a possibilidade de uma base industrial no estado.
*Escrito para o eDairyNews, com informações de Movimento Econômico






