Ainda com base nessas informações, o sistema consegue determinar quando foi o último horário e quanto o bezerro recebeu de alimento. “Conseguimos reduzir a mão de obra para alimentar os bezerros um a um e diminuir a probabilidade deles passarem do horário de se alimentar”, relata Marcos Corteletti, proprietário do Laticínios Fiore, que utiliza a tecnologia.
Além desses benefícios, a máquina “produz” o leite na hora da mamada do filhote, o que diminui o desperdício. Quando o animal se aproxima da teta artificial, a vaca mecânica dilui o leite em pó em água na proporção e temperatura adequadas.
O equipamento conta com um bico que simula o úbere da vaca. Um filhote a partir do terceiro dia de vida mama, por vez, cerca de 1,5 litro da mistura de água com suplemento em pó. Em média, leva sete minutos para absorver o conteúdo, mesmo tempo do bezerro que mama na vaca.
“Hoje já temos formas de diminuir os custos com o concentrado e com o volumoso, componentes base da alimentação dos bovinos. Algumas dessas tecnologias são de fácil acesso e custam pouco, podendo ser facilmente usadas pelo produtor”, comenta.
No caso da vaca mecânica, apesar da máquina sueca já ser utilizada em outros países, apenas três criadores do Brasil têm essa tecnologia. Sendo que Corteletti foi o segundo a adquirir o equipamento, único no Estado. “A tecnologia no campo é uma tendência que veio para melhorar os processos e diminuir custos”, diz.
Corteletti comprou essa máquina há dois anos. Na época pagou R$ 100 mil pelo sistema completo. “Depois que fiz o pedido fiquei seis meses na fila esperando ela chegar. De lá para cá, já consegui recuperar o valor investido devido à otimização do trabalho que tivemos desde que foi implantada na propriedade”, conta.
A máquina também melhorou a saúde dos bezerros. “Antes tínhamos muitos casos de diarreia porque alguns animais bebem muito leite de uma vez só. Agora evitamos outros erros que poderiam acontecer no trato tradicional, como esquecer de alimentar o animal”, explica o produtor.