A pecuária leiteira perdeu cerca de 46 mil produtores entre 2015 e 2019, caindo de 198.452 para 152.489, redução de 23,16%.

A pecuária leiteira perdeu cerca de 46 mil produtores entre 2015 e 2019, caindo de 198.452 para 152.489, redução de 23,16%. É o que revela o Relatório Socioeconômico da Cadeia Produtiva do Leite do Rio Grande do Sul, referente a 2019 e elaborado pela Emater/RS. Se esse percentual se mantiver, 138 mil pecuaristas abandonarão o setor leiteiro ao final dos próximos 12 anos.

Segundo o relatório, o número de produtores de leite vinculados à indústria caiu 22% entre 2017 e 2019, saindo de 65.016 para 50.477. A pesquisa, realizada entre maio e junho deste ano, também apontou que a produção, em 2019, ficou em 4,27 bilhões de litros por ano, sendo que desses, 91,86% (3,9 bilhões de litros) são destinados à indústria.

De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat), Alexandre Guerra, o levantamento serve como base de orientação para que sejam tomadas medidas pelos setores público e privada para fortalecer a cadeia leiteira.

“De 2017 a 2019, tivemos uma redução de 22% de produtores que entregam o leite para as indústrias. Mas, por outro lado, temos uma produção/dia por propriedade que cresceu de 136,5 litros para 213 litros”, assinala Guerra. Para ele, é necessário que toda a cadeia una forças para atenuar o impacto do abandono da atividade.

Políticas agrícolas

O relatório é dividido em quatro partes: informações gerais sobre a produção de leite no estado; perfil do produtor de leite vinculado às indústrias; estrutura para processamento da cadeia; e mudanças ocorridas no setor no período de 2015 a 2019.

O secretário da Agricultura do RS, Covatti Filho, enfatiza que governo gaúcho está centrado em auxiliar o setor lácteo, aumentando a produtividade. “Precisamos dessa cadeia no estado, incrementando-a principalmente com políticas agrícolas.” O setor de leite, assinala, movimenta R$ 4,9 bilhões/ano, o equivalente a R$ 13,45 milhões/dia.

Outro ponto que a Emater destaca no relatório, divulgado na quinta-feira 4, é a comercialização informal de leite cru, que ocorre em 335 municípios gaúchos. Em relação à venda de derivados lácteos de fabricação caseira, o número de cidades cresceu para 394.

O documento ressalta que esses dados representam “risco à saúde dos consumidores, em função da falta de controle sanitário sobre tais produtos ofertados à população.”

Os dados do relatório foram coletados em 100% dos 497 municípios gaúchos, entre 20 de maio e 30 de junho de 2019, observa o presidente da Emater/RS, Geraldo Sandri.

Participaram da pesquisa 495 escritórios municipais da Emater/RS-Ascar, 392 prefeituras, 207 inspetorias de defesa, 114 sindicatos de trabalhadores rurais, 74 conselhos municipais de agricultura, 259 indústrias, agroindústrias, cooperativas e empresas de laticínios além de 81 outras entidades ligadas ao primeiro setor gaúcho.

Acesse aqui a íntegra do relatório

VEJA ABAIXO MAIS ALGUNS DADOS DO RELATÓRIO:

Variação do número de municípios com produtores de leite

2015 – 467

2017 – 465

2019 – 457

Variação do número de produtores**

2015 – 84.199

2017 – 65.202 (redução de -18.997)

2019 – 50.664 (redução de -14.538)

Diferença acumulada de -33.535 entre 2015 e 2019

Variação no número de vacas leiteiras

2015 – 1.174.762

2017 – 1.073.899 (redução de -100.863)

2019 – 930.399 (redução de -143.500)

Diferença acumulada de -244.363 entre 2015 e 2019

Variação média de vacas leiteiras por produtor

2015 – 13,92

2017 – 16,44

2019 – 18,34

Variação na produtividade (litros de leite/vaca/dia)

2015 – 11,74

2017 – 12,59

2018 – 13,90

Variação na produtividade (litros de leite/propriedade/dia)

2015 – 136,5

2017 – 172,9

2019 – 213

**Referente aos produtores que vendem leite para indústrias, cooperativas ou queijarias e aos que processam a produção em agroindústria própria e legalizada.

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