– O que estamos fazendo é deixar de pé as retenções que [Mauricio] Macri estabeleceu. Não estamos aumentando nenhuma tributação – disse em entrevista à Radio Mitre. – Macri colocou uma limitação com uma quantia fixa de quatro pesos por dólar em um momento em que o dólar valia menos da metade do que vale hoje – acrescentou Fernandéz, que tomou posse na terça-feira.
Fernandez argumentou que ele tinha que tomar “uma decisão imperativa” por causa da situação fiscal do país. E acrescentou que tenta “ordenar” o esquema de tarifas deixado por seu antecessor.
Com a publicação no Diário Oficial de um decreto e uma resolução, no sábado, o governo ordenou um aumento nas tarifas sobre as exportçaões agrícolas, o que causou desconforto entre os produtores rurais.
O decreto de Fernández prevê que as tarifas sobre as vendas de grãos para o exterior terão uma taxa fixa de 12%. Para a soja, principal commodity exportada pela Argentina, a sobretaxa se aplica à base de 18%, o que significa que o imposto total sobre o produto vai alcançar 30%. A tarifa sobre carnes, leite em pó, farinhas e legumes foi fixada em 9%.
O presidente pediu aos representantes do campo e aos produtores “que não se preocupem, porque as tarifas que geraram todo esse alvoroço são as que já existem”.
– Não estamos estabelecendo novas retenções, qualquer coisa nesse sentido, se for feita, será discutida na mesa de acordos – acrescentou Fernandez.
Imposto sobre o dólar
Novas medidas serão anunciadas ao longo da semana que vem. Em entrevista ao jornal La Nación, o chefe de gabinete do governo, Santiago Cafiero, disse que será instituído imposto de cerca de 20% sobre o consumo feito em dólares, o que incluirá compra de passagens, hospedagem e até serviços de streaming como Spotify.
A medida constará de projeto de lei que será encaminhado ao Congresso na segunda-feira. Com isso, haveria o retorno do dólar turismo, com valor ao redor de 75 pesos. O dólar oficial está cotado a 63 pesos.