A redução na produtividade e a firme demanda externa sustentaram os valores do complexo soja ao longo de 2019 Imagem créditos: Marcel Oliveira

Conforme os dados divulgados nesta segunda-feira (30), pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a redução na produtividade e a firme demanda externa sustentaram os valores do complexo soja ao longo de 2019.

A safra 2018/19 foi cultivada no ritmo mais acelerado já registrado, e o menor volume de chuvas no final de 2018 favoreceu a colheita da temporada. Porém, o baixo índice pluviométrico acabou prejudicando a produtividade, reduzindo a oferta em 2019 em relação ao ano anterior. No geral, vendedores consultados pelo Cepea negociaram com muita cautela ao longo do ano, fechando volumes maiores apenas de forma pontual.

Do lado da demanda, as exportações estiveram firmes, com o deslocamento das compras chinesas para o Brasil, e a procura interna para esmagamento também esteve mais ativa.  Nos Estados Unidos, as frequentes chuvas dificultaram o avanço do semeio da safra 2019/20, deixando produtores brasileiros ainda mais afastados das vendas, com expectativas de obter preços maiores em meses posteriores – o que, de fato, aconteceu.

A alta no valor do frete brasileiro, observada no terceiro trimestre do ano, também desestimulou parte dos produtores a comercializar a oleaginosa – houve maior demanda para transporte de milho, reduzindo a disponibilidade para outros grãos e cereais.

Milho

Pesquisas do Cepea apontam que o mercado brasileiro de milho produziu e exportou volumes recordes em 2019. A maior competitividade internacional do cereal brasileiro atraiu a atenção de compradores externos, possibilitando embarques em ritmo acelerado no segundo semestre, reduzindo a disponibilidade interna e sustentando os preços.

Em termos globais, a produção aumentou. O milho de primeira safra foi marcado pela menor área plantada desde a década de 1970, com apenas 4,9 milhões de hectares. De acordo com pesquisas do Cepea, a redução na área foi reflexo especialmente da maior rentabilidade da soja, concorrente em área. Ainda no primeiro trimestre, a maior parte do semeio do milho segunda safra foi concluída dentro da janela considerada ideal. Com clima favorável ao desenvolvimento das lavouras, começou a ganhar força a perspectiva de oferta elevada no segundo semestre, ambiente que pressionou os valores domésticos de março a maio.

A maior disponibilidade de cereal em função da colheita do milho verão reforçou as baixas nos preços. De fato, o clima favoreceu o desenvolvimento do milho segunda safra. Esse cenário atrelado a investimentos em tecnologia no campo resultaram em produção recorde, de 73,8 milhões de toneladas, quantidade 36,9% superior à safra passada. Segundo a Conab, houve aumento de 9,3% na área semeada e de alta de 25,3% na produtividade, com a produção brasileira total atingindo 100 milhões de toneladas, um recorde.

Produtores de leite preveem aumento de 6% neste ano.

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