Os parasitas representam o maior prejuízo sanitário para a pecuária brasileira. Mais de 50% das perdas estão relacionadas aos vermes redondos gastrointestinais,
Troupeau de vaches dans la vallée du yorkshire en Angleterre.

Os parasitas representam o maior prejuízo sanitário para a pecuária brasileira. Mais de 50% das perdas estão relacionadas aos vermes redondos gastrointestinais, que causam – entre outros problemas – a estefanofilariose, também conhecida como úlcera de lactação ou úlcera do úbere.

“A estefanofilariose é reconhecida por lesões, que começam com irritação na pele e surgimento de pápulas e evoluem para nódulos com secreção e perda de pelos. As feridas podem chegar a 25 centímetros de diâmetro”, informa a gerente de produtos para pecuária leiteira da Ceva Saúde Animal, Beatriz Ortolani.

Mais comum em bovinos leiteiros, a úlcera do úbere é uma parasitose de caráter zoonótico, ou seja, também pode afetar humanos. Transmitida pela picada da mosca-do-chifre, a doença tem prevalência em períodos mais chuvosos e quentes do ano, quando há mais vetores biológicos.

“De forma geral, os parasitas impactam negativamente a produtividade dos bovinos e provocam graves prejuízos, com perdas que podem chegar a US$ 14 bilhões por ano no país, segundo estudo feito por Laerte Grisi e Romário Cerqueira Leite”, explica Beatriz, que é mestre em medicina veterinária pela Universidade Federal de Viçosa (UFV).

Neste mesmo estudo os autores relatam que os vermes redondos, que incluem o gênero Stephanofilaria spp (causador da úlcera de lactação), são responsáveis por cerca de US$ 7,1 bilhões de prejuízos anualmente.

“Assim como os demais vermes redondos, a estefanofilariose precisa ser tratada nas fazendas leiteiras, de forma a aumentar o bem-estar dos animais. Não podemos deixar de lembrar que infecções secundárias à úlcera do úbere podem gerar mastites”, afirma Beatriz Ortolani.

No Brasil, há apenas um medicamento com indicação em bula contra a úlcera do úbere: Eprecis, da Ceva. “Esse produto ocupou uma lacuna no mercado, pois não havia solução precisa para combater o problema em dose única e sem necessidade de descarte de leite”, complementa a gerente.

Produtores de leite preveem aumento de 6% neste ano.

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