Os produtores de leite do Rio Grande do Sul estão cada vez mais atuantes na mobilização nacional que busca ampliar o fortalecimento da cadeia produtiva. Como parte dessa estratégia, eles participaram de uma série de reuniões, em Porto Alegre e em municípios do interior gaúcho, com o presidente da Associação Brasileira de Produtores de Leite (Abraleite), Geraldo Borges, entre os dias 17 e 21 deste mês. Entre os resultados dos encontros, estão o aumento de quatro para oito do número de representantes da Abraleite no estado e a filiação de centenas de novos e associados.
Os quatro novos representantes da associação no RS são os produtores Rafael Hermann, Joel Dalcin (ambos do Movimento Construindo Leite Brasil), Sérgio Munari e Sula Zardin. Outras lideranças que ajudaram nas reuniões, como os produtores Leonel Fonseca, Armando Otte, Rudinei Coppetti, Rosângela S. Willrich, Ricardo André Bley, Márcia Scaratti Bley e Herton Lima, aderiam à Abraleite.
Além disso, a Federação da Agricultura do Estado do RS (Farsul) passou a fazer parte da associação, assim como o seu presidente, Gedeão Silveira Pereira, membros do Senar, dirigentes dos sindicatos rurais e secretários de agricultura e outros servidores de prefeituras. O deputado estadual Capitão Macedo, que também apoiou a realização das reuniões, igualmente se filiou à Abraleite, junto com alguns dos seus assessores.
De 6 a 10 de abril, a Abraleite fará novas reuniões, em parceria com cooperativas e com o Grupo Rehagro, voltado ao ensino à distância e formação profissional, para apresentação da Abraleite aos produtores de outros municípios do Rio Grande do Sul.
Os encontros na capital gaúcha e nos municípios de Rolante, Ijuí, Doutor Maurício Cardoso, Santo Ângelo e Bagé foram promovidos pela Abraleite e Movimento Construindo Leite Brasil, com apoio da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul) e sindicatos rurais. As reuniões tiveram como objetivo debater o cenário do setor e aproximar ainda mais à Abraleite do produtor.
“A Abraleite é uma entidade nacional nova. Foi criada em julho de 2017 para trabalhar em defesa dos produtores de leite na interlocução com os governos federal – principalmente através dos ministérios, em especial dos ministérios da Agricultura e o da Economia – e estaduais, Congresso Nacional, assembleias legislativas e demais setores envolvidos com a cadeia leiteira”, diz Geraldo Borges.
Reuniões de norte a sul do país
Em 2019, a Abraleite realizou 352 encontros com produtores de leite de norte a sul do país. As reuniões desta semana fizeram parte da terceira visita da entidade ao RS. As duas anteriores ocorreram na Expointer, no município de Esteio, e a associação já tem cerca de mil associados no estado.
As reuniões, explica o presidente da Abraleite, buscam debater com os produtores a realidade do setor e propor soluções dos problemas para encaminhá-las ao Executivo e ao Legislativo. “Também são apresentadas as ações e resultados já obtidos mesmo em tão pouco tempo de existência da entidade.”
Nesses pouco mais de dois anos e meio, a Abraleite conseguiu aprovar a instituição do Selo Arte para Produtos Artesanais, a Certificação para o Leite A2A2 e flexibilização das normas de produção de carne de vitelos.
“A criação de bovinos para produção de carne de vitelos – com abate até 12 meses – permitirá que o setor leiteiro possa, já a partir deste ano, incrementar as vendas de bezerros de origem de matrizes leiteiras nos mercados interno e externo”, ressalta Geraldo Borges.
Diálogo entre todos os elos do setor
Na avaliação de Rafael Hermann, as reuniões no RS serviram para que os produtores gaúchos conhecessem ainda mais a atuação da Abraleite no cenário nacional, especialmente junto ao Ministério da Agricultura e ao Congresso Nacional.
“Os produtores e a sociedade brasileira precisam conhecer a Abraleite e qual o seu papel na representação do setor junto aos três poderes [Executivo, Legislativo e Judiciário]. Ela surgiu para unir todos os elos da cadeia leiteira, a fim de que possamos mudar a nossa realidade para melhor”, pontuou Hermann, esclarecendo que os representantes, assim como os diretores da Abraleite, não recebem qualquer remuneração e atuam voluntariamente.