Crescimento da demanda e alta do dólar contribuíram para a alta do produto

Crescimento da demanda e alta do dólar contribuíram para a alta do produto

Abrigos para vacas proliferam na Índia
Custo com fertilizantes, ração e suplementos cresceu com câmbio mais caro nos últimos meses
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Foto: MORRY GASH/ASSOCIATED PRESS

A pandemia aumentou o consumo do leite, o dólar aumentou o custo de produção e a entressafra diminuiu a oferta. Essa combinação fez os preços subirem para o consumidor.

Hoje, ele está pagando, em média 32% a mais em relação a fevereiro. Segundo levantamento do site de pesquisas Mercado Mineiro, antes do novo coronavírus, o litro custava em torno de R$ 2,54.

Em junho, está custando R$ 3,35. Mas essa é apenas uma média, porque em algumas prateleiras, ele já é encontrado por R$ 4.

O presidente da Comissão Técnica de Pecuária da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Eduardo Pena, explica que o aumento é resultado de um combinado de fatores.

“No começo, tivemos um pânico e as pessoas correram para estocar, provocando um choque de demanda. Já em março, o dólar subiu muito, impactando os custos de ração, fertilizantes, suplementos e medicamentos importados”, justifica.

Ainda em março, o produtor estava gastando cerca de R$ 1,30 para produzir cada litro de leite, que era vendido por R$ 1,35, em média. Em abril, o preço médio subiu para R$ 1,43. “Agora, gira entre R$ 1,48 e R$ 1,85”, informa Pena.

Além dos reflexos do câmbio, que elevaram os preços de insumos importantes na fabricação das rações, como soja e milho, a entressafra e os fatores climáticos provocaram queda na oferta.

“De maio a julho, normalmente já temos uma queda na captação, pois os pastos ficam mais secos. E, neste ano, tivemos uma forte seca que afetou a produção no Sul no país”, explica Pena.

Quando a oferta cai, a indústria normalmente recorre à importação. No entanto, Pena ressalta que, com o câmbio elevado, a opção não é competitiva. “A indústria acaba recorrendo ao mercado interno, para se abastecer, pressiona a demanda e os preços sobem”, esclarece.

Pena afirma que, com mais gente passando mais tempo em casa os hábitos de alimentação mudaram e o consumo do leite subiu, o que refletiu em melhora na remuneração do produtor.

“As pessoas fazem mais bolo, por exemplo. Agora, se tiver lockdown e o setor de food service for fechado, vai cair de novo as vendas de lácteos para lanchonetes, por exemplo”, comenta.

Segundo ele, o auxílio emergencial também foi importante para manter as vendas em alta. Se no começo da pandemia, o medo de faltar leite provocou uma corrida aos supermercados, agora a situação já não ocorre mais.

“A pandemia nos trouxe diversas incertezas, entre elas a preocupação dos consumidores em relação a uma possibilidade remota de desabastecimento de produtos lácteos no país. Isso rapidamente se reverteu graças à ação conjunta de representantes do setor produtivo e de órgãos públicos para garantir a continuidade da produção de alimentos e o abastecimento da população”, disse o presidente da Comissão Nacional de Bovinocultura de Leite, Ronei Volpi, durante live transmitida pela CNA.

Implantação de genética das raças de corte na pecuária leiteira tem resultados em animais de alta qualidade voltados para produção de carne.

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