O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) irá implantar um novo projeto voltado para a estruturação das cadeias produtivas artesanais do queijo caprino e do queijo coalho nos Territórios do Cariri, na Paraíba, e do Vale de Jaguaribe, no Ceará.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) irá implantar um novo projeto voltado para a estruturação das cadeias produtivas artesanais do queijo caprino e do queijo coalho nos Territórios do Cariri, na Paraíba, e do Vale de Jaguaribe, no Ceará. A iniciativa, que integra as ações do AgroNordeste, é resultado de parceria com o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), a Fundação Parque Tecnológico da Paraíba (PaqTcPB), a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e a Incubadora de Agronegócios das Cooperativas, Organizações Comunitárias, Associações e Assentamentos Rurais do Semiárido da Paraíba (IACOC).

caprinos saanemn foto Embrapa

Continue a leitura após o anúncio

Intitulado “Roteiro do Queijo Artesanal – Paraíba e Ceará”, o projeto visa promover a valorização da diversidade biológica, social e cultural a partir da estruturação de produtos, processos e serviços relacionados à sociobiodiversidade, principalmente com relação ao resgate da vocação da fabricação de queijos artesanais de cabra, na região do Cariri paraibano, queijo coalho, do Vale do Jaguaribe cearense, e do mapeamento da produção de cachaça, na região do Brejo paraibano. A proposta é contribuir para a geração de renda e inclusão produtiva de pequenos e médios agricultores e agricultores familiares.

O coordenador-geral de Extrativismo do Ministério da Agricultura, Marco Pavarino, explica que a iniciativa acontece no âmbito do programa federal Bioeconomia Brasil – Sociobiodiversidade, da Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo. “Esse programa tem o objetivo de ampliar a inserção de agricultores familiares, povos e comunidades tradicionais e pequenos e médio produtores rurais, nesses arranjos que a gente entende como sendo de bioeconomia. E aqui nós temos nesses roteiros do queijo de caprinos e do queijo coalho, exemplos muito claros do potencial que esses arranjos de bioeconomia podem trazer para o semiárido. É um projeto que foi pensado na estruturação produtiva, mas também na valorização da Sociobiodiversidade”.

A partir da realização de diferentes atividades, o projeto buscará prospectar os tipos de produção, organização e comercialização de produtos; georreferenciar as localidades de produção de queijos e cachaças e resgatar saberes e fazeres tradicionais da produção. Também estão entre os objetivos estruturar a cadeia produtiva de produção de queijos para adequação ao Selo Arte, promover a valorização do potencial regional por meio da gastronomia e desenvolver um aplicativo para promoção das cadeias curtas de comercialização dos roteiros. Os recursos previstos para a implantação do projeto totalizam R$ 1 milhão.

“Esperamos colher bons frutos e bons resultados para o desenvolvimento da nossa região semiárida, não só da Paraíba como do Ceará. Quando iniciamos o projeto, pensamos nas cadeias produtivas que têm um potencial de desenvolvimento. Lembramos imediatamente do Vale do Jaguaribe, que tem os municípios de Jaguaribara, Jaguaretama e Jaguaribe, e também municípios do Cariri, por conta do nosso queijo caprino tão conhecido e premiado”, afirma a coordenadora do projeto e diretora do Instituto Nacional do Semiárido (INSA), Mônica Tejo.

queijo cabra caprino Foto Embrapa

Na avaliação do Oficial do FIDA no Brasil, Hardi Vieira, o projeto significa um primeiro passo para que a iniciativa possa se espalhar por outras regiões do país. “Acreditamos que o Roteiro do Queijo Artesanal vai servir como referência, um mecanismo de gestão do conhecimento, pois haverá intercâmbio de informações. O fato deste projeto ser implementado na Paraíba e no Ceará não restringe os seus resultados somente a esses dois estados. Por meio do Projeto Dom Helder Câmara e de outras ações do Mapa junto ao Fida, acreditamos que poderá ser replicado nos demais estados e regiões do Brasil”.

Também são parceiros do projeto o INSA, a Unidade de Pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e a Universidade Federal da Paraíba (UFPB), além do Instituto Federal da Paraíba (IFPB), da Prefeitura Municipal de Jaguaribe (CE), da Embrapa Caprinos e Ovinos e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

Atividades em pauta

O projeto está dividido em sete etapas. A primeira trata da prospecção e mapeamento da produção. Um questionário foi desenvolvido para analisar o perfil dos produtores de queijo do Cariri Paraibano e do Vale do Jaguaribe a partir das características do produtor, da propriedade, do rebanho e do manejo, da produção dos queijos e da comercialização.

O diretor-geral da Fundação Parque Tecnológico da Paraíba, professor Nilton Silva, ressalta a importância do projeto para a região. “A gente sabe que ações desse tipo são importantes para consolidar uma rota comercial, econômica e de desenvolvimento. Isso traz a possibilidade das comunidades, municípios e regiões evoluírem mais ainda e melhorar os seus indicadores. Isso vai gerar um aumento de riqueza na região”.

Na segunda etapa do projeto, será realizada a pesquisa de saberes e fazeres tradicionais de produção por meio da história oral e amostragem snowball, como conta a professora da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Ingrid Dantas. “Vamos fazer o uso dessas metodologias para resgatar os fazeres e saberes, comuns e tradicionais a cada território. Isso é muito importante quando a gente trata da valorização gastronômica dos produtos, tendo em vista que hoje as pessoas não querem somente comer, elas querem saber o que estão comendo, como aquilo é produzido, os saberes e fazeres envolvidos nessa produção”.

O chefe-geral da Embrapa Caprinos e Ovinos, Marco Bomfim, destaca que a pesquisa de saberes e fazeres é um caminho que deve ser trilhado para valorizar a produção do pequeno produtor. “É importante trazer esses conhecimentos que estão alocados nas comunidades e também fazer essa associação com a pesquisa, a inovação e o desenvolvimento rural”, explica.

Em sua terceira etapa, o projeto propõe promover a adequação dos processos de produção com a realização de cursos de Boas Práticas de Fabricação para os produtores, transferência de tecnologia/conhecimentos na produção de queijos, padronização dos queijos artesanais com potencial para se enquadrar no Selo Arte, entre outras atividades.

A fase seguinte contará com ações estruturantes dos produtos para certificação do Selo Arte com a elaboração de Guias Orientadores de Boas Práticas Agropecuárias na produção e fabricação artesanal de queijos, como também a realização de capacitações, workshops e encontros integradores para que ocorra uma harmonização das ações a serem trabalhadas para implementação do Selo ARTE nos roteiros.

Serão realizados na quinta etapa: intercâmbios de conhecimentos, através de missões a experiências exitosas; a elaboração de uma marca coletiva, visando o fortalecimento da identidade da região e do produto; a implementação de elementos de comunicação como estratégia de divulgação; e o desenvolvimento de aplicativo com realidade aumentada a fim de valorizar o produto artesanal.

Nas duas últimas etapas do projeto acontecerão cursos de qualificação (aula show) para disseminação de preparos que utilizam o queijo artesanal em suas receitas, buscando valorizar o potencial regional por meio da gastronomia, como também será promovida a estruturação das unidades de comercialização nos roteiros.

Bryce Cunningham, um produtor de leite escocês, proprietário de uma fazenda orgânica em Ayrshire (Escócia), lançou um produto lácteo para agregar valor ao leite de sua fazenda, que é um produto de ótima qualidade, sem aditivos, e é um exemplo de economia circular.

Você pode estar interessado em

Notas
Relacionadas

Mais Lidos

Destaques

Súmate a

Siga-nos

ASSINE NOSSO NEWSLETTER