Baixa qualidade das pastagens com estiagem, aumento dos custos de produção e os efeitos da pandemia de Covid-19 explicam aumento nos preços, segundo pesquisa.

Preço do litro de leite acumula alta de mais de 40% no ano

Uma pesquisa do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Universidade de São Paulo (USP) em Piracicaba (SP) mostra que, desde o início do ano, o preço do litro do leite no campo acumula alta de mais de 42,9%. O avanço foi mais acentuado entre os meses de junho e agosto, e o reflexo chegou aos consumidores, que já pagam mais de 10% no alimento.

A baixa qualidade das pastagens em decorrência da estiagem, o aumento dos custos de produção e os efeitos associados à pandemia de Covid-19, que resultaram em mais consumo de leite e derivados, explicam essa alta no preço, de acordo com o Cepea.

Preço do leite sobe mais de 40% no campo, diz Cepea/USP — Foto: Reprodução/EPTV

Preço do leite sobe mais de 40% no campo, diz Cepea/USP — Foto: Reprodução/EPTV

“A gente tem que comprar, porque realmente ele é essencial né, mas a gente pesquisa mais, e se encontrar uma oferta boa, a gente compra uma quantidade maior, que é pra garantir o leite do mês”, comenta Lurdes.

“No final do mês, você faz as contas e vê que está sempre aumentando né, não está nada estabilizado na conta do mês”, completa Adriana.

Na padaria, que também fica em Piracicaba, o consumo médio de leite por dia é de 25 litros. O produto é essencial na fabricação de bolos, pudins e no café. A gerente conta que o aumento do leite forçou um realinhamento de preços.

“A gente teve que repassar um pouco para os nossos produtos e a gente tem procurado preços melhores para a nossa produção”, explica Irani Carlson Oliveira.

Preços devem cair

A boa notícia pro consumidor é que, com o fim do período de estiagem, a tendência é a queda de preços nos próximos meses.

“Esse movimento de alta deve perder já em setembro, isso porque é o final da entressafra, então a captação vem se recuperando, e também a indústria tem aumentado a importação de lácteos para diminuir a competição entre elas para compra de matéria-prima e também pra conseguir ter um maior volume de estoque pra fazer as negociações”, explica a pesquisador do Cepea, Natália Grigol.

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