Os pequenos produtores de leite dos municípios da região de Cáceres, participantes do Projeto Nosso Leite, conseguiram um aumento médio de R$ 0,30 por litro no preço do leite pago pelo laticínio Vitória, que tem uma base de coleta em Comodoro, melhorando assim a rentabilidade deles. Além de valorizar monetariamente a qualidade do leite entregue pelo produtor, são considerados ainda investimentos em tecnologias nas propriedades que estão diretamente relacionadas à produção, tais como correção de solo e implantação de piquetes para o manejo rotacionado do gado.
O consultor Vilson Fernando Cubo Baratta, engenheiro agrônomo contratado pelo Sebrae MT para o acompanhamento técnico do projeto na região, explica que foram encaminhados ao laticínio os relatórios dos trabalhos que estão sendo feitos nas propriedades para que fossem considerados na bonificação. “O projeto Nosso Leite contribui diretamente no preço pago pelo litro de leite ao produtor. O foco do nosso trabalho é aprimorar a gestão, o controle nas propriedades e o uso de tecnologias visando melhoria da produtividade, qualidade do leite e maior rentabilidade. A qualidade do leite está ligada também à assepsia, higiene e à alimentação do rebanho. Quando se fala em qualidade do leite, pensa-se em sanidade do rebanho, gordura, proteína e lactose, que estão ligados à própria alimentação”, exemplifica.
O projeto Nosso Leite, implementado pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas em Mato Grosso (Sebrae MT) em vários municípios do Estado, teve início na região de Cáceres em abri de 2019 e conta com a participação de 21 produtores.
É o caso do produtor Carlos André dos Santos, 34 anos, morador do Assentamento São Judas , no município de Nova Lacerda, desde 2007 com a mulher e dois filhos. Mesmo criando gado de corte, sua principal atividade e a pecuária leiteira. Na propriedade de 25 hectares (ha) cria 22 vacas, sendo que 17 estão em lactação. Produz uma média de 200 litros/leite/dia, utilizando manejo rotacionado nos 24 piquetes, que ocupam uma área de 2.7 ha. Para complementar a nutrição dos animais e manter a boa produtividade inclusive no período de seca, faz silagem de milho, cujo plantio ocupa três ha. Ele explica que planeja introduzir irrigação daqui a dois anos e, para tanto, será preciso fazer um poço artesiano na propriedade.