A importação vem crescendo desde junho, devido à retomada da demanda (flexibilização da abertura do comércio), à oferta de leite cru mais ajustada e ao aumento nos preços dos lácteos no mercado interno.

 

 

A importação vem crescendo desde junho, devido à retomada da demanda (flexibilização da abertura do comércio), à oferta de leite cru mais ajustada e ao aumento nos preços dos lácteos no mercado interno.

Para uma comparação, do lado da produção, segundo o Índice Scot Consultoria de Captação de Leite, o volume captado de janeiro a setembro caiu 3,1% em relação a igual período do ano passado. No mercado atacadista os preços do leite longa vida e do leite em pó subiram 15% e 24,1%, respectivamente, frente ao ano passado. Para o consumidor, os preços subiram 24% e 12,4%, respectivamente.

No mercado atacadista, o preço médio do quilo do leite em pó ficou em R$20,68 em setembro, frente aos R$16,44 por quilo do produto importado, segundo dados da Secex e da Scot Consultoria (mercado interno).

O volume importado de leite em pó cresceu 28% em setembro, na comparação feita mês a mês, e, em relação a igual período de 2019, cresceu 86,4% (Secex). Veja a figura 1.

Figura 1. Importações brasileiras de leite em pó, em mil toneladas.

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Fonte: Secex / elaborado pela Scot Consultoria

A participação do leite em pó e/ou leite condensado representou 71,3% da importação, somando 16,2 mil toneladas em setembro.

De janeiro a setembro a importação de leite em pó caiu 5% ante mesmo período de 2019.

Considerando o mesmo período, do total de leite, creme de leite e laticínios, exceto manteiga e queijo, importados, 56% teve origem na Argentina, 25% no Uruguai, 5,1% nos Estados Unidos e 4,8% no Paraguai. Em 2019, esses países também foram os maiores fornecedores.

No parcial de outubro (até a terceira semana), a média diária importada aumentou 61,5%, frente ao mesmo período de 2019.

Expectativas

Para outubro e novembro, historicamente, devido às condições climáticas mais favoráveis (retomada das chuvas) e melhoria das condições das pastagens, a produção de leite aumenta no Brasil Central e região Sudeste, o que tende a pressionar para baixo as cotações de leite e derivados no mercado interno.

Esse aumento na produção (pico normalmente em dezembro ou janeiro) e os recuos nas cotações reduzem a necessidade de importação de produtos lácteos. Este ano, no entanto, o que temos visto são atrasos nas chuvas e, com isso, uma condição ainda ruim das pastagens, que tem refletido sobre a produção nas principais bacias leiteiras.

Desta forma, espera-se que as importações sejam em maiores volumes, pelo menos de outubro até meados de novembro, quando a situação das pastagens deverá melhorar e a produção de leite aumentar.

A produção de leite aumentando em médio prazo pode contribuir para conter os preços dos produtos lácteos, caso a demanda fique mais tímida, já que houve redução do auxílio emergencial para R$300,00 a partir de setembro, o que pode afetar o poder de compra da população.

A queda do consumo de leite fluido, típica do último trimestre do ano, por conta das festas de final de ano, também pode ser um fator de contenção de preços.

Bryce Cunningham, um produtor de leite escocês, proprietário de uma fazenda orgânica em Ayrshire (Escócia), lançou um produto lácteo para agregar valor ao leite de sua fazenda, que é um produto de ótima qualidade, sem aditivos, e é um exemplo de economia circular.

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