O equilíbrio entre alimentos volumosos e concentrados da dieta é muito importante sendo que a quantidade adequada de fibra estimula a produção de saliva que proporciona melhor fermentação dos alimentos no rúmen, e como consequência melhora no aproveitamento dos nutrientes ingeridos pelos ruminantes.
A escolha dos alimentos da dieta do gado e o manejo nutricional para fornecimento aos animais, são pilares para uma melhor produção de leite.
Segundo o médico veterinário do Grupo Matsuda, Eduardo Pontalti, o equilíbrio entre alimentos volumosos e concentrados da dieta é muito importante sendo que a quantidade adequada de fibra estimula a produção de saliva que proporciona melhor fermentação dos alimentos no rúmen, e como consequência melhora no aproveitamento dos nutrientes ingeridos pelos ruminantes. A produção de saliva dos bovinos pode ser superior a 200 litros por dia quando a fibra está ajustada na dieta e isso é muito importante, pois a saliva tem componentes que neutralizam o excesso de ácido lático produzido dentro do rúmen e previne a ocorrência de acidose ruminal.
Outra dica importante é quanto ao número de vezes que o produtor deve alimentar os animais diariamente ou o tempo que a dieta fica à disposição do gado ao longo do dia. “Além do balanceamento de fibra, é importante o ajuste da dieta como um todo, levando em consideração a exigência nutricional de acordo com peso do animal, produção de leite, estágio produtivo, necessidade de quilos de matéria seca, quantos quilos de volumoso, quantos quilos de concentrado, quantos gramas e miligramas de minerais, quantas vezes vou parcelar isso durante o dia, etc. Por exemplo, vamos imaginar que tenho a melhor silagem, o melhor feno, mas isso de nada adianta se não for fornecido corretamente para o gado leiteiro dividido em várias refeições ao longo dia, e compara isso com as refeições do ser humano, que precisa de um bom café da manhã, almoço e jantar”.
Segundo Eduardo Pontalti, muitas vezes devido à escassez de mão de obra, o animal acaba recebendo poucas refeições ao longo do dia e grande quantidade de concentrado de farelos de grãos, o que pode gerar riscos à saúde do animal. Em geral, o ideal seria que o ruminante não ingerisse o concentrado puro, e que a quantidade não ultrapassasse três quilos por vez. “Na rotina da propriedade, se o produtor tentar reduzir o número de tratos por dia, o aproveitamento do alimento acaba sendo incompleto ou ocorrem problemas digestivos; podem ocorrer diarreias por acidose ruminal e visualização de alimentos não digeridos nas fezes. O bovino quando apresenta acidose no rúmen, sente desconforto, assim como o ser humano que sente azia e queimação no estômago, e para de comer; o animal também reduz a ingestão de alimentos afetando sua produção de leite. Para verificar se os bovinos estão com acidose ruminal é importante observar as fezes dos animais, pois elas indicam quando o animal está ingerindo adequado teor de fibra na dieta ou não. As fezes devem ter formato de bolo, com várias camadas de fezes sobrepostas.