A importância econômica do milho é caracterizada pelas diversas formas de sua utilização, que vai desde a alimentação animal até a indústria de alta tecnologia.
Na realidade, o uso do milho em grão como alimentação animal representa a maior parte do consumo desse cereal, isto é, cerca de 70% no mundo. A cultura do milho é também a mais empregada para a produção de silagem por produzir grandes quantidades de energia digestível por hectare, que pode ser transformada em carne ou leite. O milho possui 72% de amido com base na matéria seca sendo uma ótima fonte energética, nos permitindo produzir diversos tipos de silagem:
Silagem de planta inteira
Consiste na planta inteira de milho picada, com folhas, colmo, sabugo e grãos. O tamanho ideal das partículas deve estar entre 0,5cm e 2,0cm. Dessa maneira, a compactação do material e o aproveitamento pelos animais são facilitados. O milho deve ser colhido com aproximadamente 32,0% a 38,0% de matéria seca, sendo que isso pode ser observado pela “linha do leite”. A linha do leite trata-se de uma linha imaginária no grão, que separa a parte farinácea e a dura do milho, que deve estar entre 1/2 e 2/3 do grão.
De modo geral, para as diferentes formas de silagem, o silo pode ser construído em diversos tipos, dentre eles: silo trincheira, silo superfície ou bags. Todos necessitam da cobertura de lona plástica, evitando ao máximo a entrada de oxigênio, conservando assim o alimento. Neste processo, o tempo ideal para abertura do silo é a partir de 4 a 5 semanas.
Silagem de espigas (Snaplage)
São grãos de milho ensilados com espigas e palhas, normalmente colhidas com uma colhedora de forragem equipada com uma plataforma despigadora, de modo que apenas a espiga e uma parte da haste da espiga sejam removidas, picadas e ensiladas. Segundo Lardy, G (2016) o ponto de corte ideal é 60 a 65% de matéria seca, com 35 a 40% de umidade (para o material colhido). Se a colheita for realizada enquanto o milho está muito úmido, a produção de matéria seca será reduzida e as perdas por lixiviação serão maiores. A tecnologia de colheita reduz significativamente os custos operacionais quando comparada ao processo de ensilagem somente de grãos.
Silagem de espigas – sem palhas (Earlage)
Assim como o snaplage, o earlage é o grão de milho ensilado com espigas, porém sem as palhas. Earlage possue boa funcionalidade em dietas de crescimento e finalização para gado de corte e ração para vacas leiteiras em lactação. Pouco utilizado no Brasil, necessita de dois processos mecanizados para colheita: colheita da espiga e retirada da palha.
Silagem da parte superior da planta (Toplage)
Silagem feita a partir da colheita da inserção a espiga principal, colhendo-se a espiga o colmo e as folhas superiores. Tem como finalidade aumentar a proporção de grãos na massa ensilada. Como aproveitamento da porção inferior da planta do milho, temos o “stalklage” (colmo e folhas), um volumoso com menor valor nutritivo e teor de fibras maior, que pode ser utilizado para categorias de animais de menor exigência.
Silagem de grãos úmidos
A silagem de grãos úmidos consiste em colher o milho com alta umidade (30 a 35%), quando for possível a debulha da espiga, quando os grãos atingiram ou estão muito próximos da maturação fisiológica. Neste estágio de desenvolvimento, ainda não está consolidada a matriz protéica do endosperma que envolve as frações energéticas do grão – amido e óleo – por isso a silagem de grãos úmidos permite o melhor aproveitamento do amido, quanto à digestibilidade. O processo demanda moinhos de maior rendimento em função da janela de colheita (perda de umidade) ser rápida. Outra vantagem, do ponto de vista agronômico, é que como a colheita é antecipada, antes do estágio de maturação, libera a área para o plantio subsequente, otimizando tempo e uso da terra.
Silagem de grãos reidratados ou reconstituídos
A silagem de grãos reidratados veio como alternativo ao grão úmido. Neste tipo de silagem água deve ser adicionada ao grão seco para que este atinja 25 – 30% de umidade. Recomenda-se adicionar de 250 a 300 litros de água por tonelada de milho, com teor de umidade original ao redor de 12 a 14%. A água pode ser adicionada, antes da ensilagem, em um vagão misturador ou durante a moagem. Os grãos devem ser moídos finamente para obter máxima digestibilidade pelo animal.
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