O produtor Merinaldo Alves, 40 anos, é pecuarista da Fazenda Santo Antônio, no município de Brejão, Agreste de Pernambuco.

O produtor Merinaldo Alves, 40 anos, é pecuarista da Fazenda Santo Antônio, no município de Brejão, Agreste de Pernambuco.  (Foto: Arquivo pessoal)
O produtor Merinaldo Alves, 40 anos, é pecuarista da Fazenda Santo Antônio, no município de Brejão, Agreste de Pernambuco. (Foto: Arquivo pessoal)
O produtor Merinaldo Alves, 40 anos, é pecuarista da Fazenda Santo Antônio, no município de Brejão, Agreste de Pernambuco. Ele conhece a sensação de ter sua produção comprometida por não conseguir empréstimo a tempo de comprar de sementes para gerar a alimentação do gado. A burocracia no acesso às linhas de crédito para pequenos produtores rurais pode tornar a busca por bons resultados no campo uma missão quase impossível. A partir da iniciativa do Instituto Luiz Girão, braço social da Betânia Lácteos criado para promover e desenvolver a pecuária de leite no semiárido nordestino, o Banco do Nordeste lançou o Cartão de Crédito Rotativo para custeio da produção de leite.
“A maioria dos agricultores que não têm acesso a meios de comunicação, e até mesmo os que têm, passa por dificuldades com a burocracia. Este é o nosso primeiro ano com a linha de crédito rotativo e já poderemos ter a maior produtividade dos últimos 12 anos, mesmo com a grande estiagem aqui na região. Conseguimos entrar com os insumos de forma adequada, no período certo, e a lavoura está superarando essas adversidades. Se não fosse a desburocratização, estaríamos passando dificuldades”, disse Merinaldo.
O município de Brejão faz parte das 55 cidades de Pernambuco em que o governo estadual decretou situação de emergência devido à estiagem. A determinação é válida por 180 dias. No dia 9 de março, Pernambuco já havia declarado emergência em 54 municípios do Sertão por causa da estiagem.
 
TERMOS
O produtor pagará a conta do cartão ao fim de cada mês, quando receber pela venda do leite. De acordo com o modelo de concessão do adotado pelo banco, o crédito estará automaticamente renovado para custear a produção do mês seguinte. Merinaldo explicou que essa dinâmica facilita a aquisição de insumos no período de seca, quando o produtor precisa tirar da receita da fazenda o investimento para preparo do solo e plantação de insumos para os animais.
“Assumi a fazenda do meu pai porque ele precisou se afastar do trabalho por estar com Alzheimer. A nossa parceria com a Betânia existe há muitos anos e eles fornecem assistência técnica para a nossa fazenda. Como já tinha essa parceria, confiei na proposta dessa linha de crédito”, afirmou.
David Girão, presidente do Instituto Luiz Girão, explica que o propósito da empresa é trazer desenvolvimento sustentável para pequenas famílias da agropecuária nordestina. “O instituto foi criado pela Betânia com um propósito muito claro de trazer um desenvolvimento sustentável para a cadeia leiteira e as famílias produtoras, valorizando e proporcionando%u202Fperspectivas melhores aos produtores de leite. Nesse sentido, é nosso dever contribuir cada vez mais com ações como essa, que beneficiam os produtores e permitem seu avanço econômico e social.”
Em torno de 75% do leite do Nordeste são produzidos por agricultores familiares, com média diária de até 150 litros por fazenda. Esse tipo de produção apresenta, de forma constante, o aumento contínuo de volume, alavancado pela melhoria em genética, nutrição, produção de forragem e aprimoramento da gestão. Com os agricultores familiares sendo apoiados pela assistência técnica e o crédito rural, os resultados de rendimentos são potencializados. O produtor interessado no projeto deve procurar o BNB para conhecer as políticas específicas para a aquisição do cartão rotativo.

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