Estudo setorial da empresa destaca aumento da produção de proteína animal e liderança do país nas exportações globais de carne bovina

Maior exportador mundial de carne bovina e segundo maior produtor, atrás apenas dos EUA, o Brasil pode assumir a liderança também no mercado global de genética animal nos próximos dez anos.

É o que aponta um estudo setorial feito pela equipe econômica da boutique de investimentos TCP Partners e que traça as perspectivas para o segmento de genética e nutrição animal nos próximos seis anos.

Genética no Pasto (Foto: Divulgação)
Exportações de sêmen bovino dobraram no primeiro semestre de 2021, segundo previsão da Asbia (Foto: Divulgação)

A partir de dados de mercado e das principais empresas do ramo, a TCP projeta um crescimento de 6,6% ao ano do mercado global de genética e nutrição animal e aponta o Brasil como país que “mais apresentará oportunidades” nesse período, com uma taxa de expansão de 10% ao ano.

De acordo com o sócio e economista-chefe da empresa de investimentos, Ricardo Jacomassi, é crescente a procura de investidores por informações sobre o mercado, que deve passar por um processo de consolidação via fusões e aquisições nos próximos dez anos.

“Temos recebido demanda de investidores para entender esse mercado e para ver quais seriam as empresas que eles poderiam investir para criar uma empresa nacional e até eventualmente levar em bolsa”, conta Jacomassi ao apostar num potencial IPO já nos próximos cinco ou seis anos. “A tendência, não tenha dúvidas, é o setor passar por uma consolidação de empresas, com novos investidores entrando no mercado.”

Atualmente, o Brasil conta com uma participação de 12% no mercado mundial de genética animal, mas a avaliação da TCP é de que o crescimento da produção nacional de carne bovina, suína e de aves impulsione o crescimento do setor no país, com o desenvolvimento de genéticas locais.

“Hoje boa parte do desenvolvimento genético é realizado em países da Europa e nos EUA e são adaptados ao Brasil num processo que chamamos de tropicalização. Mas o que estamos vendo é que já começa a ocorrer o caminho inverso”, explica o economista ao ressaltar que o Brasil deve assumir a liderança mundial e também se tornar referência nesse segmento. “Com tecnologia privada e grandes empresas atuando no setor, o Brasil vai ganhar uma participação relevante no desenvolvimento internacional de genética”, pontua Jacomassi.

Segundo números da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia), as exportações brasileiras de sêmen bovino cresceram 5% em 2020, atingindo 508.096 doses. Já no primeiro semestre de 2021, os números da Asbia apontam um crescimento de quase 100% nas vendas internacionais do setor, puxada pela demanda de países da América Latina, África e Ásia.

“As empresas são, sim, em grande parte multinacionais, mas 40% do sêmen vendido é de genética nacional”, explica o presidente da Asbia, Márcio Nery.

Bryce Cunningham, um produtor de leite escocês, proprietário de uma fazenda orgânica em Ayrshire (Escócia), lançou um produto lácteo para agregar valor ao leite de sua fazenda, que é um produto de ótima qualidade, sem aditivos, e é um exemplo de economia circular.

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