Os preços do milho retomaram a firmeza em julho.
Segundo levantamento da Scot Consultoria, na região de Campinas-SP, a referência que chegou em R$86,50 por saca de 60 quilos em 25/6, subiu para R$102,00 por saca (13/7). Veja a figura 1.
Figura 1. Preços do milho em grão na região de Campinas-SP, em R$ por saca de 60 quilos.
Fonte: Scot Consultoria
As altas se devem ao frio e à ocorrência de geadas em importantes regiões produtoras de milho de segunda safra, com perdas já confirmadas na produtividade, que se somam às perdas devido aos volumes de chuvas abaixo da média e atrasos no plantio nesta temporada.
Revisões da produção na segunda safra
No relatório divulgado em 8 de julho, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revisou para baixo a área semeada (-0,2%) e a produtividade média (-4,1%) do milho de segunda safra 2020/21, frente às estimativas de junho para o ciclo atual.
Na comparação com a safra passada (2019/20), o rendimento médio das lavouras deverá ser 17,5% menor nesse ano.
Com isso, a expectativa é de que sejam colhidas 66,97 milhões de toneladas na segunda safra ou safra de inverno, 4,3%, ou 2,98 milhões de toneladas, a menos que o previsto. Na comparação com a temporada passada, a queda na produção está estimada em 10,8%, o equivalente a 8,02 milhões de toneladas, considerando somente a segunda safra.
No total (1ª, 2ª e 3ª safras), a expectativa é de que sejam produzidas 93,38 milhões de toneladas de milho no Brasil em 2020/21, uma queda de 9,0%, ou 9,20 milhões de toneladas, que o colhido em 2019/20.
Lembrando que a produção nacional chegou a ser estimada em 108,96 milhões de toneladas no ciclo atual no relatório divulgado em abril deste ano pela Conab.
Demanda interna, exportações e estoques finais
A demanda interna na temporada 2020/21 foi revisada ligeiramente para baixo, passando de 72,14 milhões de toneladas de milho previstas em junho, para 71,31 milhões de toneladas nas estimativas de julho, segundo a Conab.
As exportações brasileiras de milho foram mantidas em 29,50 milhões de toneladas no ciclo atual.
Com a queda mais forte na produção, em relação à revisão para baixo no consumo doméstico, e manutenção das exportações, os estoques finais estão estimados em 5,47 milhões de toneladas em 2020/21, frente às 7,64 milhões de toneladas estimadas no relatório anterior (junho).
Na comparação com a safra passada, quando os estoques finais foram de 10,60 milhões de toneladas, a queda é de 48,4%. É o menor estoque final desde 2015/16 (figura 2).
Figura 2. Estoques finais de milho no Brasil, em milhões de toneladas.
* estimativas
Fonte: Conab / Elaboração Scot Consultoria
Expectativas de mercado
Com a queda nas temperaturas e possibilidade de ocorrência de geadas no país, não estão descartadas novas revisões para baixo no volume de milho previsto nesta segunda safra.
Dessa forma, para o curto prazo, a expectativa é de preços firmes, mesmo com a colheita em andamento. Além do clima, atenção ao dólar, que voltou a se valorizar frente ao real nos últimos dias.