Segundo pesquisadora, no Brasil ainda existe preconceito sobre o uso para alimentação animal e humana.
Fonte: Agptea

Na manhã de sexta-feira, 26 de novembro, foi dado  início aos assuntos técnicos dentro do 36º Encontro Estadual de Professores e 8º Congresso Nacional de Ensino Agrícola. O primeiro painel abordou o tema “Potencialidades e usos do Colostro bovino – Silagem de Colostro”, com a palestrante Mara Helena Saalfeld, doutora em Biotecnologia, mestre em Medicina Veterinária, especialista em Homeopatia e Fitoterapia da Esreg Emater de Pelotas (RS).

A especialista iniciou sua fala relatando que milhares de toneladas de colostro bovino são desprezadas no Brasil, pois ainda não se entendeu o potencial deste alimento para auxiliar no combate à fome. “No Rio Grande do Sul o pessoal costuma dar o colostro para a terneira a partir do quarto ao quinto dia, mas no Brasil isso ocorre lá pelo oitavo dia, enquanto há um desperdício de leite neste período”, salientou.

Segundo Mara, são pelo menos 24 milhões de terneiras no Brasil. Uma vaca pode produzir de 32 a 80 litros de colostro em cinco ordenhas, com uma média de 1,4 bilhão de litros de colostro produzidos, sendo que 1,2 bilhão de litros são descartados por ano. “As terneiras continuam sendo alimentadas com leite que poderia ser vendido e o colostro sendo jogado fora. Se calcularmos que temos 12 milhões de terneiras com 300 litros de leite consumidos em 30 dias, isso dá 3,6 bilhões de litros. Com preço de R$ 2,00 o litro, são R$ 7 bilhões que deixam de entrar no bolso desse produtor. Precisamos achar um substituto para o leite barato, disponível e nutritivo e que o agricultor possa reduzir esse custo”, ponderou.

A especialista salientou que o colostro é rico em vitaminas, proteínas, substâncias bioativas e tem a função de transmitir imunidade passiva à terneira. Mara explicou que nas pesquisas realizadas a introdução foi feita junto às terneiras aos poucos e, com isso, foi feita a silagem de colostro. “A silagem de colostro é uma solução para o agricultor e é muito fácil de fazer. Com dois litros de silagem de colostro e dois litros de água a 50 graus, fizemos quatro litros de composto. Ela é simples de produzir, não tem custo para fazer e as terneiras apresentaram desenvolvimento superior às criadas com leite”, destacou.

A pesquisadora afirmou ainda que o colostro é cercado de preconceitos no Brasil, inclusive com leis que proibiam o uso para alimentação humana, só derrubada em lei de 29 de março de 2017. “Hoje no mundo se utiliza em alimentação, suplementação, medicamentos, entre outros. Atletas olímpicos, inclusive, estão usando o colostro e obtendo rendimentos bárbaros”, informou.

Mara explicou que no início houve muita restrição dos meios de pesquisa para avançar com o estudo. Mas, em 2007, a pesquisa sobre a silagem de colostro foi a vencedora de um prêmio nacional sobre tecnologia social da Fundação Banco do Brasil. “Os estudos mostram que a silagem de colostro mantém a constituição nutricional inicial, inativação de bactérias patogênicas e permanência de bactérias probióticas, além de manter os anticorpos”, salientou.

O projeto da Silagem de Colostro está concorrendo novamente a uma edição especial do prêmio da Fundação do Banco do Brasil. Para votar no projeto basta entrar no link https://www.premiofundacaobb.com.br/especial/uso-da-silagem-de-colostro-como-substituto-do-leite-na-alimentacao-de-animais.

O evento realizado pela Associação Gaúcha dos Professores Técnicos de Ensino Agrícola (Agptea) está ocorrendo no Centro de Eventos do hotel Laghetto Viverone, no município de Rio Grande (RS).

Esse valor representa um decréscimo de 0,6% em comparação ao volume registrado no 3º trimestre de 2023 e aumento de 7,7% em comparação ao obtido no trimestre imediatamente anterior.

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