As importações brasileiras de derivados lácteos recuaram neste início de 2022, de acordo com a edição de fevereiro do Boletim do Leite do Cepea/Esalq/USP. “As reduções no volume importado foram de 23,3% de dezembro/21 a janeiro/22 e de 51,6% em relação a janeiro/21, com total de 8,7 mil toneladas no primeiro mês do ano – segundo dados da Secex”, diz nota assinada por Munira Nasrrallah e Juliana Santos, da Equipe Leite do Cepea.
O recuo das importações está atrelado à baixa demanda do mercado interno, visto que o poder de compra da maioria dos brasileiros permanece enfraquecido, informa o Cepea. Além disso, acrescenta, os altos patamares de preços negociados no mercado internacional desestimularam a compra de lácteos.
Conforme a Secex, o volume de leite em pó adquirido (que representou 58% das compras totais) diminuiu 12% frente a dezembro e 59% na comparação com o primeiro mês de 2021, totalizando 5,05 mil toneladas. Os principais países vendedores desse produto ao Brasil foram a Argentina (67,7%) e o Uruguai (34,3%).
Queijos
Em relação aos queijos (com total de 21% das compras), o volume importado recuou 29% frente a dezembro/21 e 48,8% frente ao mesmo período de 2021, totalizando 1,8 mil toneladas. A Argentina e o Uruguai também apresentaram maior participação sobre a aquisição dos queijos, com participações de 34,4% e 21,6%, respectivamente.
Quanto às exportações, totalizaram 3,4 mil toneladas em janeiro, 4,5% menor que o volume de dezembro/21, mas 30% superior ao de janeiro/21, também conforme a Secex. Apesar do recuo no total embarcado, as vendas do leite em pó avançaram de forma expressiva entre dezembro e janeiro, registrando volume 15 vezes superior ao de dezembro/21 e 30 vezes maior que o do mesmo período de 2021, totalizando 937 mil toneladas. O principal destino do derivado foi a Argélia, que foi responsável por 96,4% dos negócios.
Balança
O segundo produto mais negociado foi o leite condensado, com 667 toneladas exportadas, mas com quedas de 41,7% frente a dezembro/21 e de 38,1% na comparação anual. Os principais destinos do derivado foram Chile, Cuba e Trinidad e Tobago que, juntos, representaram 61,5% das vendas de leite condensado, pontua o Cepea.
“No primeiro mês de 2022, o saldo da balança comercial de lácteos fechou com déficit de US$ 21,5 milhões, baixas de 32,3% frente a dezembro/21 e de 57% em relação ao mesmo período de 2021. Em volume, o déficit foi de 5,3 milhões de toneladas, 32% menor frente ao mês anterior.”