A pecuária em Jalisco está passando pela pior crise de sua história, de acordo com seus protagonistas. Os custos de produção de carne e leite estão aumentando cada vez mais. Além disso, culturas de exportação como o agave, abacate, limões e bagas, para citar apenas algumas, estão cada vez mais tirando território dos pastos e despojando-os de sua vegetação com práticas agronômicas predatórias.
O presidente da União Pecuária Regional de Jalisco (UGRJ), Adalberto Velasco Antillón, assinala que nos últimos meses, 80.000 vacas leiteiras, a maioria delas em sua fase produtiva, foram abatidas ou vendidas porque seus produtores não puderam sustentar a atividade leiteira.
No âmbito da assembléia anual do grêmio, ele disse que os criadores de gado e suas organizações estão com pressa e conscientes de que é preciso agir diante de uma situação sem precedentes, já que antes, ao passar por rodovias, estradas e brechas, e estábulos ou currais de engorda eram localizados, e agora em um grande número de casos, o que se vê são plantações de culturas de agave e outros produtos muito rentáveis.
Pela mesma razão, a situação atual do campo deve ser um alerta para os governos e a sociedade, já que se as coisas continuarem como estão, não será possível manter as posições de liderança que a Jalisco tradicionalmente alcançou na produção de carne, leite e outros alimentos básicos, especialmente porque nos últimos anos a área de milho que antes era cultivada também foi tirada.
Ele acrescentou que, no caso do milho, espera-se uma menor produção, pois não haverá acesso a fertilizantes, devido ao grande aumento de seu custo, como resultado do conflito entre a Rússia e a Ucrânia.
A propósito, este momento crítico para certos setores do campo de Jalisco chega num momento em que um nativo de Jalisco é o chefe da carteira agrícola federal: o agrônomo de Chapingo, Víctor Manuel Villalobos Arámbula.
Agostaderos estão se tornando “mesas de bilhar”.
Velasco Antillón reconhece que a produção de tequila é legítima, assim como a produção de culturas de exportação, “mas não é aceitável fazê-la a qualquer custo, assim como o desmatamento e a destruição dos agostaderos”.
Ele explicou que os plantadores de agave ou abacateiro não estão indo bem em terras de encosta, “onde estão usando bulldozers ou tratores D6, que junto com o uso de certos herbicidas deixam a terra parecendo mesas de bilhar”, como já foi comprovado por vários órgãos oficiais envolvidos no desenvolvimento rural e na proteção ambiental.
Ele também mencionou que, diante da investida econômica dos promotores de culturas, como no caso do agave, os fazendeiros optaram por alugar suas terras e receber entre 12 e 15.000 pesos por hectare por ano, como é o caso dos aluguéis para plantações de mezcal azul.
O FATO DE QUE AS VACAS LEITEIRAS
Segundo números oficiais publicados pelo Governo Federal, o campo de Jalisco confirmou sua liderança nacional contribuindo com 41 milhões 254.873 toneladas de alimentos nos setores agrícola, pecuário e pesqueiro. Esta quantidade representa 14% da produção nacional de 294,5 milhões de toneladas, nas estatísticas a Jalisco é líder na produção de leite com 2,7 milhões de toneladas. E o segundo lugar na produção de carne bovina com 249.000 toneladas.
É o estado líder em milho no ciclo da estação chuvosa.
Traduzido com DeepL