Em 1919 Isaac Carasso lançou a Danone para tratar crianças espanholas para uma infecção intestinal. Ela se expandiu na França, nos Estados Unidos e cresceu com a compra de marcas. Sua história na Argentina.
iogurte

Isaac Carasso vivia em Barcelona quando notou que muitas crianças espanholas sofriam de uma infecção intestinal que era bastante comum na época. Ele se lembrou que em sua terra natal o mesmo problema era tratado com um produto lácteo fermentado: o iogurte. O empresário nasceu em Thessaloniki, então um território do Império Otomano, mas decidiu mudar-se para a Espanha em 1916 após a Guerra dos Bálcãs.

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Isaac Carasso, fundador da Danone, no centro do quadro.

Para criar seu produto, ele imbuiu a pesquisa de fermentação e microbiologia da ganhadora do Prêmio Nobel Ilia Mechnikov. Ainda lhe faltava um nome para levá-lo ao mercado e foi inspirado por seu filho, Daniel, que havia sido apelidado de “Danon”. Em 1919 Carasso lançou os iogurtes Danone na Espanha. No início foram vendidos em farmácias como uma solução medicinal e alguns anos depois encontraram o caminho para a prateleira do queijo.

INVESTINDO EM PUBLICIDADE

Aos 23 anos de idade, o jovem Daniel assumiu o controle e viajou para Paris para criar a filial local da empresa. “A sobremesa para uma boa digestão”, exclamou o slogan que enfeitava os fofos frascos de porcelana da marca. Carasso optou pela estética da embalagem porque sabia que se as pessoas ficassem com os potes, então era um ganho em publicidade.

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No início, os iogurtes Danone eram vendidos em farmácias como um produto medicinal.

A primeira fábrica da empresa foi instalada na França, mas a Segunda Guerra Mundial forçou Daniel Carasso a se mudar para os Estados Unidos. Ele se estabeleceu em Nova York, comprou uma pequena empresa produtora de iogurte para cafeterias e fundou a Dannon Milk Products (para adaptá-la ao público anglo-saxão) em 1942. Ficou lá até os anos 50, quando retornou à Europa e então iniciou seu período de fusões.

O NASCIMENTO DE UM GIGANTE

Ao mesmo tempo em que a Danone estava se expandindo no mercado europeu, outra empresa holding estava sendo criada. O empresário Antoine Riboud criou a BSN ao fundir um fabricante de garrafas com um produtor de vidro plano. Ele, por sua vez, adquiriu Evian, Kronenbourg e Bledina. Carasso conheceu Riboud em 1972 e percebeu que ele era o parceiro ideal para internacionalizar sua empresa. Em dezembro daquele ano, eles anunciaram a fusão das duas empresas.

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Daniel Carasso e Antoine Riboud

Nessa época, a empresa já havia adquirido o Gervais, especialista em queijo, em 1967. O grupo acrescentou mais empresas nos anos 80, tais como Amora, Maille, Vandamme e La Pie qui Chante. E na década de 1990 pôs os pés na América Latina.

TORNANDO-SE FORTE NA ARGENTINA

A Danone chegou à Argentina em 1994 e nesse mesmo ano comprou o fabricante de biscoitos Bagley. Dois anos mais tarde, assumiu a Villa del Sur e estabeleceu uma aliança com a Mastellone Hermanos para produzir, vender e distribuir a linha de iogurtes La Serenísima (Yogurísimo, Ser), sobremesas (Serenito, Danette) e queijos para barrar (Casancrem).

Em 1999 ampliou seu portfólio com a aquisição da Villavicencio, a marca mais antiga no ramo de água mineral, do Grupo Cartellone e um ano depois pagou u$s 17 milhões para comprar a Cindor da Mastellone. Em 2005, houve dois outros marcos: por um lado, começou a operar 95% da Logística La Serenisima e assinou uma joint venture com a Arcor de Córdoba para formar a Bagley Latin America.

 

Arcor e Danone também compartilharam outro elo que não era comercial. Para Luis Pagani, o número um do gigante da confeitaria, Carasso foi uma de suas maiores referências. Eles se conheceram quando Daniel tinha 103 anos e, a esse respeito, o empresário de Córdoba garantiu à revista PwC: “Lá, aprendi que para viver você sempre tem que ter um projeto, a aposentadoria é parte da vida, mas você não pode simplesmente ir e ler o jornal”.

A maior parte dessas alianças teve como objetivo aproveitar o músculo de distribuição de outras empresas consolidadas. O mesmo motivo o levou a assinar uma aliança com a CCU este ano para seu negócio de água.

PLANTA-BASED

Em seu último relatório anual, a Danone informou uma receita de 24,281 bilhões de euros, dos quais mais de 50% vieram de seu EDP vertical. Estes acrônimos se referem a seus negócios de laticínios e produtos de base vegetal.

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Este ano, a Danone fez uma parceria com a CCU para seu negócio de água.

Em 2017, a empresa adquiriu a WhiteWave, especializada em marcas baseadas em plantas, e dois anos mais tarde trouxe para o país sua principal marca de bebidas baseadas em plantas, a Silk. Foi inicialmente importado do México e agora é produzido localmente.

Na Argentina eles têm quatro fábricas, duas delas dedicadas ao negócio da água (Mendoza e Chascomús). Desde 1997, ela produz seus produtos lácteos frescos em uma fábrica em Longchamps e seu negócio de nutrição precoce é desenvolvido na fábrica Kasdorf. Enquanto isso, tem uma joint-venture com laboratórios Bagó para esta vertical.

A Danone, que já é acionista minoritária da Lifeway, apresentou uma oferta no valor aproximado de US$ 27 por ação.

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