Presidente do Sindicato das Indústrias de Leite e Produtos Derivados de Minas Gerais (SILEMG), Guilherme Abrantes, disse não ser verdade que as indústrias "lucraram absurdamente".
FAEMG
Presidente do Sindicato das Indústrias de Leite e Produtos Derivados de Minas Gerais (SILEMG), Guilherme Abrantes — Foto: SILEMG/divulgação

O presidente do Sindicato das Indústrias de Leite e Produtos Derivados de Minas Gerais  (SILEMG), Guilherme Abrantes, disse não discordar totalmente da nota da Comissão Técnica de Pecuária de Leite da FAEMG e manifesta entender com clareza a situação dos produtores.

“Afinal, a indústria e o produtor estão na mesma cadeia, no mesmo barco. Somos uma extensão dos produtores. Precisamos uns dos outros. O produtor não vive sem a indústria e vice-versa. Se a indústria vai bem, o produtor vai bem. Se a indústria não vai bem…. O mercado é soberano e dita as regras e flutuação de preços”, explicou o presidente do Sindicato.

Por outro lado, ainda em resposta do SILEMG ao comunicado da FAEMG, Guilherme Abrantes disse não ser verdade que as indústrias “lucraram absurdamente” porque custos, como do próprio leite em razão da escassez de oferta, além dos custos das embalagens, energia elétrica e combustíveis que também tiveram aumentos consideráveis que impactaram nos custos de produção da indústria.

Remuneração ao produtor

“Além disso, é preciso levar em consideração que, de janeiro deste ano para cá, o preço do leite pago aos produtores teve um aumento de 60,7%. A  remuneração pelo litro do produto passou de R$ 2,13 para R$ 3,57”, informou o presidente do SILEMG.

Estiagem prolongada

Abrantes avalia ainda que a alta dos preços ao consumidor é reflexo da estiagem prolongada no ano passado que afetou os pastos, o preço dos grãos para a alimentação das vacas, os índices de prenhez e, consequentemente, a disponibilidade do leite no mercado.

Como fenômeno mais recente, o executivo citou o contexto do mercado internacional (especialmente o Mercosul) que, com preços mais competitivos,  estimulou a importação do leite em pó, forçando a queda nos preços do mercado interno.

Conseleite e preços

O presidente do SILEMG reconhece não se tratar de uma equação fácil, e que precisa levar em conta muitas variáveis.

Ele acredita que a criação do Conseleite tem sido um avanço.

É que, mensalmente, o Conseleite analisa números passados pela indústria, cooperativas e produtores para se obter um valor de referência do valor do litro de leite a ser pago ao produtor.

“O caminho é esse: o do diálogo, da empatia pelos entraves e desafios de cada um dos elos da cadeia”, afirmou o presidente do SILEMG.

Nesta quinta-feira, dia 15, às 14h, na sede da FAEMG, em Belo Horizonte, acontece uma nova reunião do Conseleite com a participação de representantes do SILEMG, professores da Universidade do Paraná e da diretoria da FAEMG.

Conselho aos produtores

Se pudesse dar um conselho aos produtores de leite, o presidente do SILEMG diria para que observassem atentamente os números de suas propriedades: custos, investimentos e lucro.

“Gerenciem bem esses números, reduzam custos onde for possível e, se possível, invistam na qualidade do leite. Nós, da indústria, sempre reconhecemos e nos esforçamos para remunerar melhor o leite de alta qualidade”, orientou.

Com mais de 150 associados espalhados por todo o Estado, o SILEMG é uma instituição que trabalha com o objetivo de representar, valorizar e defender o setor de laticínios no âmbito institucional.

Comunicado da FAEMG

Em comunicado aos produtores e aos consumidores, Comissão Técnica de Pecuária de Leite da FAEMG informou que os produtores não são os culpados pelos altos preços do leite nas gôndolas dos supermercados.

Nele, a Comissão manifesta indignação e desaprovação “à forma desproporcional que as indústrias e cooperativas de laticínios estão impondo reduções de preços ao produtor rural, sem que tenham tido a devida oportunidade de recuperação financeira da atividade para uma participação justa no mercado, quando assim era ainda possível”.

A China disse na sexta-feira que ampliaria o escopo de sua investigação antissubsídios sobre as importações de laticínios da União Europeia para abranger outros programas de subsídios da UE, bem como os da Dinamarca, França, Itália e Holanda.

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