A urgência do projeto foi aprovada e matéria pode ser votada a qualquer momento.
leite
Cadeias leiteiras no Pará serão beneficiadas com a a aprovação do projeto

Brasília – Com a aprovação do regime de urgência do projeto de lei (PL nº 207/2022) de autoria da deputa federal Aline Sleutjes (Pros-PR) e que tramita junto com outros três projetos parecidos, está pronto para ser votado no Plenário da Câmara.

O PL cria a Política Nacional de Apoio e Incentivo à Pecuária Leiteira pode ser votado a qualquer momento pelo Plenário da Câmara, e tem como objetivo, dar previsibilidade para a relação do pequeno produtor de leite com os laticínios que adquirem a produção.

Uma das medidas previstas na proposta é a definição de um prazo máximo de 15 dias para que o produtor receba pelo leite que vendeu. O descumprimento pode acarretar multa de 2% por dia. E o produtor também saberá, no dia 25 de cada mês, quanto vai receber pelo litro fornecido.

O projeto também obriga as empresas a firmarem contrato com os produtores para fornecimento e aquisição de leite. E prevê isenção de PIS e Cofins para o milho e a soja usados na produção de ração para o gado.

Além disso, o projeto cria linhas de crédito e financiamento, com prioridade para os agricultores familiares. E estimula assistência técnica e ações de pesquisa e desenvolvimento genético para beneficiar os produtores.

O relator designado para analisar a matéria, deputado Zé Silva (Solidariedade-MG), defende mais garantias para o produtor, que hoje recebe o pagamento pelo leite apenas 40 dias depois da venda. Essa regra é uma antiga queixa dos produtores que alegam que o prazo é demasiadamente longo, prejudicando o fluxo de caixa dos produtores da matéria-prima, notadamente aqueles da agricultura familiar.

“O produtor, ao invés de vender, entrega o seu produto e vai receber 40 dias depois que ele encerrou aquele mês de produção, sem saber o preço. Ele vai saber o preço, muitas das vezes, quando ele recebe a nota. Por exemplo, eu estive recentemente num grupo de assentamentos na cidade de Ituiutaba (MG), onde mais de cem produtores de leite reunidos, ansiosos para saber qual que era o preço que eles iriam receber. Então é uma relação na cadeia produtiva muito desleal. É preciso ter regras mais claras”, explicou o relator.

Zé Silva, porém, retirou do texto uma das medidas previstas, que era a definição de um preço mínimo para o litro de leite com base no valor pago pela Conab, a Companhia Nacional de Abastecimento, responsável por manter estoques reguladores de determinados produtos e assim evitar altas dos preços.

Segundo o relator, usar o preço praticado pela Conab como parâmetro pode acabar prejudicando os produtores. Ele anunciou que está analisando maneiras de criar um gatilho para garantir um preço mínimo.

Para a deputada Aline Sleutjes, o objetivo da política de incentivo é aumentar a produtividade, ampliar o mercado e elevar o padrão de qualidade do leite brasileiro. O estímulo envolve não apenas a produção, como também o transporte, a industrialização e a comercialização do produto.

“Se o produtor tiver uma maior produção, tiver uma redução do seu custo de produção, o mercado compra mais barato, o público compra mais barato. Obviamente ele vai utilizar mais leite e derivados no seu dia a dia”, disse a autora do projeto.

A matéria foi apensada ao PL nº 9.793/2018, que altera a Lei nº 12.669/2012 para promover garantias mínimas ao produtor de leite nacional.

Bryce Cunningham, um produtor de leite escocês, proprietário de uma fazenda orgânica em Ayrshire (Escócia), lançou um produto lácteo para agregar valor ao leite de sua fazenda, que é um produto de ótima qualidade, sem aditivos, e é um exemplo de economia circular.

Você pode estar interessado em

Notas
Relacionadas

Mais Lidos

Destaques

Súmate a

Siga-nos

ASSINE NOSSO NEWSLETTER