O gasto global per capita com produtos orgânicos chega a US$ 12,1, indica Global Organic Dairy Market, no Brasil, esse gasto é de US$ 5,00, o que mostra que há ainda um enorme potencial de expansão no mercado doméstico.
Recanto SS
O produtor Claudinei Saldanha Júnior optou por converter o Recanto SS para o modelo orgânico como uma maneira de agregar valor e diferenciar sua produção. A propriedade, localizada em Itirapina, SP, produz leite desde 2005, e em 2013 iniciou o processo de conversão, obtendo a certificação em 2014.
A fazenda sempre trabalhou com leite a pasto. A ideia de converter para a produção de leite orgânico, de acordo com Saldanha Júnior, surgiu em primeiro lugar pelo apreço da fazenda de criar a vaca em um sistema mais natural possível. Quando eles encontraram uma parceria que viabilizaria o projeto, decidiram fazer a conversão. A fazenda é de pequeno porte, com menos de 100 vacas, com uma média de produção de 18,5 a 19 litros por vaca no verão e 20 a 21 litros por vaca no inverno, com uma produção média total de 700 litros por dia. A meta é chegar a 1.100 litros por dia utilizando 20 hectares. A fazenda conta com uma parceria com a Nestlé, que vem fomentando a produção de orgânicos.
Guaraci Agropastoril
A Guaraci Agropastoril, localizada dentro da Fazenda da Toca em São Paulo, lançou em junho de 2021 o primeiro leite “carbono neutro” produzido no Brasil (e um dos primeiros do mundo): NoCarbon. Contam com a certificação para bem-estar animal, pelo Instituto Certified Humane Brasil, uma das mais respeitadas ONGs que atuam no tema no mundo, e da produção orgânica, certificada pelo IBD.
Este projeto de produção de leite orgânico utiliza o sistema agrossilvipastoril que integra pecuária, árvores, agricultura e pastagem. No centro da produção está o leite em um modelo de pastejo rotacionado com suplementação de silagem no inverno. Nesse design de produção de alimentos, há inúmeros benefícios para a natureza, os animais, o produtor e o consumidor. O sistema combina gado leiteiro, abacate e mel, tudo orgânico.
O gado desfruta de mais sombra natural e um ambiente fresco com a arborização mais densa, além de ganhar um reforço nutricional por meio da silagem produzida a partir dos grãos. O produtor dispõe de outras fontes de renda, como abacate e mel, produtos de alto valor agregado.
A Guaraci mantém um rebanho de cerca de 600 vacas, numa área de 80 hectares de pastagens, das raças Simental, Jersey e Girolanda com uma produção de aproximadamente 4.000 litros de leite por dia que deverá passar a 6.000 litros.
Vale das Palmeiras
Localizada em Teresópolis, no Rio de Janeiro, a Fazenda Vale das Palmeiras, tem uma área de 200 hectares. Há mais de vinte anos, quando Marcos Palmeira comprou a fazenda, existia uma pequena produção convencional de hortaliças e a fazenda estava bem degradada com diversas áreas de desmatamento. Foi montado um plano simples de recuperação ambiental que cercou as nascentes, a reserva legal, as áreas de preservação permanente e deixou a vegetação nativa se reconstituir naturalmente. Hoje são uma RPPN – Reserva Particular do Patrimônio Natural.
A Vale das Palmeiras possui a Certificação Orgânica desde 1997 e produz leite orgânico, queijo minas frescal, ricota, coalhada, queijo cottage e iogurte. A fazenda também é um espaço de aprendizagem, e em vista disso, possui parceria com a Embrapa com o projeto Balde Cheio, que tem como objetivo a capacitação de profissionais da assistência técnica, extensão rural e pecuaristas em técnicas, práticas e processos agrícolas, zootécnicos, gerenciais e ambientais. No dia a dia dos processos orgânicos da Vale das Palmeiras, o bem-estar e segurança de todos os colaboradores são seguidos à risca, assim como com os animais, sempre buscando a produtividade através da sustentabilidade.
Fazenda Nata da Serra
Com área total de 102 hectares, adquirida em 1988, a Fazenda Nata da Serra, se localiza no município de Serra Negra, SP. Em 1997, o proprietário da fazenda iniciou a transformação da produção convencional de hortaliças e legumes em produção orgânica, o que considerava um desafio profissional e foi certificado a partir de 1988, ano que, também, converteu a produção convencional de leite para o sistema orgânico, e obteve o certificado em 1999, pela Associação de Agricultura Natural de Campinas, SP.
Por não ter orientação técnica, ao contrário do que ocorreu na produção vegetal, a migração da atividade leiteira para o universo orgânico resultou em queda acentuada da produção de 800 litros por dia no modelo convencional para 200 litros diários. Além disso, aumentou a mortalidade de vacas, novilhas e bezerras.
Veja em nosso site uma matéria sobre a Fazenda da Nata