De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Santa Catarina é o quarto maior produtor de leite do Brasil. Os dados são de 2020. A grande bacia leiteira catarinense é a região Oeste, responsável por 76% do leite produzido, cerca de 2,4 bilhões de litros. O Estado pulou da décima para a quarta posição em produção de leite, mas exporta apenas 2% do total.
Pinhalzinho é um dos municípios em produção de leite, mas se destaca expressivamente no processamento do produto. Conforme o deputado estadual, Marcos Vieira, com o aumento do processamento através das agroindústrias a previsão é que a Capital da Amizade ocupe o 2º lugar como processador de lácteos do mundo.
Conforme o secretário de Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente do município, Honorino Dalapossa, são aproximadamente 300 propriedades de bovinocultura leiteira que produzem cerca de 30 milhões de litros de leite no ano. “Ainda se está longe de ser o maior produtor, mas a questão de processamento é enorme devido ao trabalho da Aurora e da Tirol, que processam leite que chega até Pinhalzinho vindo de diversos municípios da região”.
De acordo com o ranking da Associação Brasileira de Produtores de Leite, a Aurora foi eleita na última semana a 5ª maior empresa de laticínios do Brasil. A cooperativa captou o equivalente a 562 milhões de litros de leite em 2021. A Tirol por sua vez está em processo de ampliação da fábrica, para produção também de doce de leite, o que demonstra a força da agroindústria em Pinhalzinho.
O secretário enfatiza a grande eficiência técnica e tecnológica nas propriedades, com grandes produtores e animais com potencial genético. “Temos as universidades que são nossas grandes parceiras e agora também haverá a implantação do Núcleo de Ciência, Tecnologia e Inovação do Leite (NCTI) na Udesc”, destaca.
O NCTI vai além de um laboratório de análise de leite, será um local de produção de materiais e técnicas para novos produtos à base do leite. “O leite é uma matéria prima que tem potencialidade muito grande para entrar inclusive na área de cosméticos”, afirma Honorino.
O Núcleo terá 3.948 metros quadrados orçado em R$ 9,7 milhões. O objetivo é consolidar a rota de integração do leite na faixa de fronteira, formada por 82 municípios do Oeste, e melhorar a qualidade e a produtividade, além de diversificação dos produtos lácteos da região.
A estrutura será constituída por três segmentos: laboratório da qualidade do leite, indústria de lácteos em escala piloto e laboratório de pesquisa e inovação em leite e derivados. “Esse espaço é uma conquista enorme para o município e para ampliar ainda mais a questão de processamento, o que vai destacar toda a região”, declara o secretário.
Para o presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados de Santa Catarina (Sindileite), Selvino Geisel, Pinhalzinho tem o privilégio de hoje ter duas indústrias de lácteos, isto coloca o município como um grande polo industrial na geração de empregos, receita e desenvolvimento não só para Pinhalzinho, mas para toda a região. “Inevitavelmente estimula a atenção dos municípios para o aumento da produção de leite visando abastecer essas indústrias”, avalia.
Segundo Selvino, não há ainda como afirmar de fato se Pinhalzinho irá se estabelecer na colocação mundial, mas já é motivo de comemoração já que há uma capacidade industrial muito grande de processamento de lácteos, situação que outros municípios não têm. “O fato de termos uma capacidade industrial grande e a matéria prima que está abastecendo as indústrias com leite não só de Pinhalzinho, mas de toda a região Oeste e estado vizinhos, faz com que, num futuro essas indústrias pensem em suas ampliações o que estimula a produção, o investimento por parte dos produtores, gera empregos e desenvolve toda a região”, frisa.