A Lactalis e o fornecedor de calor renovável Newheat uniram forças para abrir “a maior usina de energia solar térmica da França”, que deverá fornecer calor à fábrica de laticínios da Lactalis pelos próximos 25 anos.
O projeto cobre uma área de 15.000 m² e reduzirá as emissões de CO2 da torre de secagem do local em 2.000 toneladas por ano, o equivalente a 7% das emissões totais do local.
A mudança marca um passo importante na implantação em larga escala do calor solar para aplicações de alimentos e bebidas.
De acordo com a Lactalis, a produção de calor é o principal consumidor de energia na França, representando 45% de suas necessidades finais de energia, com 60% sendo fornecidos por combustíveis fósseis e respondendo por 80% das importações nacionais de gás. A descarbonização do calor é essencial no esforço mais amplo para descarbonizar o mix de energia do país, facilitando a independência energética.
“Em 2020, a unidade da Lactalis em Verdun já era pioneira na escolha do calor solar para descarbonizar a atividade de sua futura torre de secagem. Hoje, o setor de calor renovável e a energia solar térmica, em particular, estão experimentando um aumento significativo”, afirma Hugues Defreville, presidente e cofundador da Newheat.
Ele acrescenta que a Lactalis, “líder global” em produtos lácteos, incentivará outros fabricantes a adotar a energia solar em seus projetos de descarbonização após esse anúncio.
Aquecimento sem emissões
A unidade da Lactalis em Verdun converte o soro de leite líquido, um subproduto da fabricação de queijos, em soro de leite em pó para o setor alimentício, com uma capacidade de produção anual de 75.000 toneladas. Para transformar o soro de leite líquido em pó, o ingrediente passa por uma torre de secagem, que precisa ser aquecida.
“Após as grandes reformas da unidade de Verdun e a inauguração da nova torre de secagem em 2021, era vital continuar nossa transformação, concentrando-nos na redução de nossa pegada energética”, ressalta Jean-Luc Bordeau, diretor administrativo da divisão de Ingredientes da Lactalis.
A torre começou a operar em novembro de 2021 e foi inicialmente alimentada por uma caldeira a gás. Na época, a Lactalis recebeu 45 milhões de euros (∼US$ 51 milhões) para reduzir a pegada de carbono em suas unidades industriais, com o objetivo de reduzir o consumo de gás na unidade de Verdun. Para isso, a empresa optou por uma das soluções de calor renovável mais “virtuosas” disponíveis – a energia solar térmica.
“A tecnologia solar térmica é particularmente simples e confiável. Um coletor solar térmico plano é um tipo especial de placa de metal: quando aquece ao sol, a água que circula atrás dele também aquece em contato com ele”, explica a empresa.
A usina de energia solar térmica Lactosol da Newheat, situada imediatamente ao lado das instalações da Lactalis Verdun, vem fornecendo calor para a torre de secagem nos últimos meses. A usina consiste em um tanque de armazenamento de 3.000 m² que pode armazenar vários dias de produção de calor para fornecimento ininterrupto à noite e em dias nublados de verão.
A Lactosol é, segundo informações, a maior usina de energia solar térmica da França que alimenta uma unidade industrial e a segunda maior da Europa.
Espera-se que a usina de energia solar térmica reduza o consumo de gás do local em 6% (11% do consumo total da torre de secagem) e, portanto, suas emissões de CO2 em 2.000 toneladas por ano.
A empresa destaca ainda que mais progressos serão observados na unidade de Verdun com a instalação de uma caldeira de biomassa até 2026 para substituir quase 50% do consumo de gás por energia renovável.
F&B recorre à energia solar
Os fabricantes estão recorrendo cada vez mais a recursos renováveis para abastecer suas instalações e melhorar seu desempenho de sustentabilidade ambiental.
No início deste ano, a Nomad Foods anunciou uma nova compra de energia solar, fornecendo 2,4 megawatts de energia solar anualmente para sua fábrica na Itália. A medida visa reduzir seu impacto ambiental e promover a sustentabilidade no setor de alimentos congelados.
Além disso, a Mondelēz recorreu à energia solar na Polônia para compensar a pegada de carbono relacionada à eletricidade de oito fábricas domésticas.
Em meio à guerra na Ucrânia, a Arla Foods adotou a energia solar para reduzir a dependência da rede elétrica polonesa, que não era confiável.
No ano passado, a Angel Yeast foi oficialmente reconhecida como uma “Fábrica Verde” nacional pelo Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação da China por aumentar a energia solar e os métodos de produção limpa, como a instalação de painéis solares.
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