"Preços do leite em alta preocupam, mas desafio em repassar aumentos ao consumidor persiste. Oferta reduzida impulsiona valores dos derivados lácteos, enquanto importações registram terceiro mês de queda. No entanto, estabilidade nos custos da pecuária leiteira encerra primeiro trimestre de 2024. "Preços do leite em alta preocupam, mas desafio em repassar aumentos ao consumidor persiste. Oferta reduzida impulsiona valores dos derivados lácteos, enquanto importações registram terceiro mês de queda. No entanto, estabilidade nos custos da pecuária leiteira encerra primeiro trimestre de 2024."
LEITE
"Um panorama desafiador: oscilações nos preços do leite refletem a complexidade do mercado lácteo."

Preço ao produtor avança, mas dificuldade em repassar altas ao consumidor preocupa

preço do leite captado em fevereiro registrou a quarta alta mensal consecutiva e chegou a R$ 2,2347/litro na “Média Brasil” do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP. Em termos reais, houve alta de 3,8% frente a janeiro, mas queda de 21,6% em relação a fevereiro/23 (os valores foram deflacionados pelo IPCA). Pesquisas em andamento do Cepea apontam que o leite cru captado em março deve seguir valorizado, com a Média Brasil podendo registrar avanço em torno de 4%.

Menor oferta de matéria-prima mantém preços dos derivados em alta

Impulsionados pela menor oferta no campo, os preços dos derivados lácteos negociados no atacado de São Paulo subiram pelo terceiro mês consecutivo. De acordo com pesquisas diárias do Cepea, realizadas em parceria com a OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras), as cotações médias do leite UHT e da muçarela foram de R$ 4,13/litro e R$ 28,66/kg em março, respectivas altas de 3,9% e 0,25%, em termos reais, quando comparadas às de fevereiro. Já em relação ao mesmo período do ano passado, verificam-se desvalorizações reais de 9,37% para o UHT e de 8,53% para a muçarela (valores deflacionados pelo IPCA de março).

Importações caem pelo terceiro mês consecutivo

As importações brasileiras de derivados lácteos seguiram em queda em março, terceiro mês seguido de baixas. Quanto às exportações, também recuaram frente a fevereiro. Ainda assim, houve redução no déficit da balança comercial no mês. De acordo com dados da Secex, foram adquiridos 179 milhões de litros em equivalente leite em março, volume 3,3% abaixo do registrado em fevereiro, mas ainda 14,4% maior que a quantidade importada no mesmo período do ano passado.

Primeiro trimestre de 2024 se encerra com estabilidade nos custos

O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira se manteve estável de fevereiro para março, considerando-se a “média Brasil” (bacias leiteiras de BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS). Com isso, o primeiro trimestre de 2024 se encerrou com uma leve retração no custo, de 0,3%. Apesar da leve recuperação nas cotações de grãos no período, os preços de insumos destinados à dieta animal continuaram recuando.

Consumidores brasileiros têm se surpreendido com a alteração do nome do queijo nas embalagens. Essa mudança foi definida em um acordo entre União Europeia e Mercosul.

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