Desde seu início no século XIX até se tornar um dos pilares das marcas mais reconhecidas mundialmente, o chocolate ao leite influenciou tanto o setor de confeitaria quanto os mercados de ingredientes lácteos.
Chocolate. Com a tendência de usar ingredientes mais naturais e sustentáveis, as empresas estão explorando novas maneiras de incorporar o leite em seus produtos.
Com a tendência de usar ingredientes mais naturais e sustentáveis, as empresas estão explorando novas maneiras de incorporar o leite em seus produtos.

O leite tem sido um ingrediente fundamental na evolução da fabricação de chocolate, marcando um antes e um depois na forma como o mundo desfruta dessa iguaria. Desde seu início no século XIX até se tornar um dos pilares das marcas mais reconhecidas mundialmente, o chocolate ao leite influenciou tanto o setor de confeitaria quanto os mercados de ingredientes lácteos.

A história do chocolate ao leite começa em 1875, quando o chocolatier suíço Daniel Peter, em colaboração com Henri Nestlé, um pioneiro do leite condensado, conseguiu criar a primeira barra de chocolate ao leite. Essa inovação transformou o cacau amargo em um confeito mais suave e cremoso, adequado para um público muito mais amplo. O segredo foi incorporar o leite condensado ao chocolate, uma ideia que abriu as portas para novas formas de consumo.

 

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O sucesso de Peter e Nestlé popularizou o chocolate ao leite na Suíça, que rapidamente se espalhou pela Europa e pelo mundo. Em 1904, a empresa suíça Lindt & Sprüngli também aderiu à tendência, aperfeiçoando a textura e tornando o chocolate ao leite um sucesso estrondoso.

A explosão de marcas: Kinder e outros gigantes

Entre as marcas que moldaram a percepção do chocolate ao leite, destaca-se a Kinder, fundada em 1968 pela Ferrero na Itália. A Kinder não apenas capturou a imaginação das crianças com seus icônicos ovos de chocolate surpresa, mas também introduziu um leite cremoso e generoso em seus produtos, diferenciando-os em um mercado saturado.

A Kinder se concentrou em destacar a qualidade do leite como o ingrediente principal, enfatizando seu conteúdo como um valor agregado. Essa estratégia de marketing posicionou a Kinder como uma opção mais nutritiva e também ajudou a elevar o perfil dos produtos lácteos no setor de chocolates.

Frases como “com mais leite do que chocolate” tornaram-se sinônimos da marca, ajudando os consumidores a associar o leite a algo positivo e familiar nos produtos de chocolate.

Outras marcas, como a Milka e a Cadbury’s, também capitalizaram a relação entre leite e chocolate. A Milka, originária da Suíça e conhecida por sua embalagem roxa e pela vaca alpina, fez do leite alpino seu cartão de visitas, usando estratégias de marketing que destacam a pureza e a qualidade de seus ingredientes lácteos.

Importação e exportação de ingredientes lácteos

A ascensão do chocolate ao leite impulsionou uma demanda crescente por ingredientes lácteos no setor global de chocolate. A Europa, o epicentro do desenvolvimento do chocolate ao leite, liderou tanto a importação quanto a exportação de produtos lácteos. A Suíça, a Alemanha e a Bélgica são os principais consumidores e processadores de leite para chocolate, usando leite em pó, manteiga e soro de leite como principais insumos.

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Os principais exportadores de produtos lácteos, como a Nova Zelândia, os Estados Unidos e a União Europeia, descobriram que o setor de chocolate é um mercado essencial. A Nova Zelândia, por exemplo, é um dos maiores fornecedores mundiais de leite em pó, um insumo vital para a produção de chocolate, especialmente nos mercados asiáticos, onde as principais marcas de chocolate, como Meiji e Lotte, têm uma forte presença.

Na América Latina, o Brasil e o México são compradores importantes de leite em pó para uso em chocolate, onde gigantes como a Nestlé têm fábricas de produção em larga escala. Além disso, a demanda por ingredientes lácteos no chocolate fez com que países como a Argentina e o Uruguai também vissem oportunidades de negócios na exportação de produtos lácteos.

Impacto nas commodities de laticínios

A relação entre o setor de chocolate e as commodities de laticínios é inegável. A demanda por ingredientes como leite em pó e manteiga de leite é diretamente influenciada pela produção de chocolate, especialmente em épocas de alto consumo, como Natal, Dia dos Namorados e Páscoa. Um aumento na produção de chocolate ao leite pode elevar os preços dos produtos lácteos, criando uma sinergia entre os dois setores.

Por exemplo, a demanda crescente na Ásia levou ao aumento das importações de leite em pó, o que pressionou os preços internacionais para cima. As empresas de chocolate na China e no Japão dependem do leite em pó importado para satisfazer as preferências do mercado, que cada vez mais opta por chocolates suaves e cremosos no estilo ocidental.

O futuro do chocolate ao leite

Atualmente, a inovação continua a impulsionar a relação entre o chocolate e o leite. Com a tendência de usar ingredientes mais naturais e sustentáveis, as empresas estão explorando novas maneiras de incorporar o leite em seus produtos. O chocolate ao leite continua sendo um dos favoritos e está evoluindo com alternativas como o leite de cabra, o leite sem lactose e opções à base de plantas que buscam conquistar um público cada vez mais diversificado.

 

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Em resumo, o leite foi e continua sendo um ingrediente que define a experiência do chocolate para milhões de consumidores em todo o mundo. Desde os primeiros experimentos de Peter e da Nestlé até as sofisticadas barras Kinder, a história do leite no chocolate é uma prova de como um simples ingrediente pode transformar um produto e conquistar o coração e o paladar de gerações.

 

Valéria Hamann

EDAIRYNEWS

Bryce Cunningham, um produtor de leite escocês, proprietário de uma fazenda orgânica em Ayrshire (Escócia), lançou um produto lácteo para agregar valor ao leite de sua fazenda, que é um produto de ótima qualidade, sem aditivos, e é um exemplo de economia circular.

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