O aumento foi desacelerando e nos últimos meses do ano foram negativos, em decorrência dos elevados preços locais. Existem 600 estabelecimentos produtivos menos.

O aumento foi desacelerando e nos últimos meses do ano foram negativos, em decorrência dos elevados preços locais. Existem 600 estabelecimentos produtivos menos. A produção de leite em 2018 cresceu 4,3% em relação ao ano anterior e alcançou 10.527 milhões de litros, informou o Observatório da Cadeia Láctea Argentina (OCLA).

O organismo também revelou que em dezembro houve queda de 2,1% na comparação interanual, e de 3,4% em relação a novembro de 2018. “O crescimento foi desacelerando, chegando a valores negativos no último trimestre”, citou o boletim, lembrando que no 1º trimestre de 2018 o crescimento foi de 9,5%; no segundo, 5,2%; no terceiro, 4%, e, no 4º trimestre, queda de 0,3%. O ganho dos produtores de leite da Argentina não é dos melhores. Em dezembro do ano passado, a margem de referência – diferença entre o preço do leite menos os gastos com alimentação e custo de oportunidade da terra – foi de US$ 0,143/litro. A média do ano ficou em US$ 0,198/litro. Todos esses valores estão bem distantes do recorde obtido em abril de 2015, que foi de US$ 0,281/litro, e mais perto da renda mínima recente de US$ 0,081/litro.

Até novembro, segundo os últimos dados disponíveis do OCLA, no mercado interno o preço pago ao produtor era de 9,11 pesos por litro, bem distante dos 33,43 pesos por litro que é pago pelo consumidor final. A relação com o valor do mercado externo é de 62,7%, ou seja, recebem 9,11 pesos pelo litro de leite que é exportado pelo valor médio de 14,53 pesos por litro.

Assim, a participação geral dos produtores na cadeia láctea de valor chega a 31,1%, enquanto que a parte industrial fica com 27,3%. O comércio – o último elo do processo – fica com 25,2%, enquanto que o Estado, por sua parte, capta 16,3% em impostos, segundo dados do Instituto Argentino de Professores Universitários de Custos (IAPUCO).

O setor foi afetado fortemente pelos aumentos de preços ao nível local. Segundo os últimos dados do OCLA, em agosto houve elevação de 130% dos alimentos comprados – os concentrados, como milho e farelo de soja – e aumento de 74% nos alimentos produzidos. O aumento do leite entre agosto de 2017 e o mesmo mês de 2018 foi de 34%. “Isto demonstra as claras perdas na relação do valor do leite e o custo de produção”.

Os produtos lácteos no mercado interno tiveram em dezembro uma elevação interanual de 49,6% na Grande Buenos Aires e de 44,5% na Capital Federal, segundo dados da OCLA, acompanhando o aumento do Índice de Preços. “Existia uma defasagem importante entre o preço da cesta básica de produtos lácteos, mas, chegando ao final do ano foi se recuperando”, diz o boletim da entidade.

Como reflexo da crise do setor, cada vez existe menos fazendas produtoras de leite: segundo o OCLA, em 2002 eram 15.000, mas, em 2018, chegaram a 10.722. Em 2017 eram 11.326 fazendas de leite. A quantidade de vacas também caiu: em 2017 eram 1,72 milhões e em 2018 diminuíram para 1,59 milhões.

Apesar das más notícias, no período de 1970-2018 a produção de leite da Argentina apresentou crescimento médio anual acumulado de 2%. É um desempenho melhor do que o mundial, que teve taxa de 1,4% no período.

Recurso será destinado para ampliar e modernizar as sete unidades industriais da Lactalis em Minas; valor investido desde 2020 é de R$ 736 milhões.

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