“A produção de leite na América Latina caiu 3,0% no ano até agosto em comparação com o mesmo período do ano passado”, escreveu Annabel Twinberrow, analista do Conselho de Desenvolvimento de Agricultura e Horticultura da Grã-Bretanha (AHDB), em um artigo publicado no site da instituição na quinta-feira (7 de novembro).
A América do Sul teve um “início de 2024 particularmente desafiador, com baixa confiança econômica e clima ruim”, escreveu ele, mas “a primavera trouxe algumas melhorias na produção de leite” e, embora “os volumes de setembro ainda estivessem baixos em muitas regiões, a queda foi menos severa”.
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Esse é o caso da Argentina e do Uruguai, cuja produção “em setembro caiu apenas 1,9% e 5,3%, respectivamente”.
Por outro lado, o Chile está em um caminho diferente e “mais positivo”, enquanto no Brasil e na Colômbia “os indicadores de mercado inferem que os volumes de leite tiveram dificuldades”.
A produção argentina está “bem abaixo dos níveis de um ano atrás, especialmente no primeiro semestre do ano”.
Naquele país, “a produção foi deprimida pelo clima inclemente e pelos preços do leite, que foram corroídos pela alta inflação”, mas no início da temporada houve uma “melhora”, embora “a falta de chuvas continue a afetar os níveis de forragem”.
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Com relação ao Brasil, os últimos dados disponíveis sobre a produção são de junho, esclareceu Twinberrow, acrescentando: “A variação percentual da produção na América Latina até agora neste ano (janeiro a junho) foi de 1,4%. Em agosto, essa queda foi de -3% em relação ao ano anterior, se excluirmos o Brasil.
Após ligeiras reduções de volume em maio e junho no Brasil, e um aumento nas importações em julho, os próximos dados de produção serão um ponto de observação fundamental.
ENTRE PREÇOS E CLIMA
Twinberrow conclui observando que o aumento do preço do Global Dairy Trade (GDT) “pode tornar as oportunidades de exportação mais atraentes, com o potencial de alimentar o aumento dos preços do leite”.
No entanto, o clima continua a representar “desafios contínuos”, com a perspectiva de um ano de Niña, que geraria “condições secas, já afetando a Argentina, o Brasil e o Uruguai”.
“O maior uso de insumos e concentrados pode pressionar as margens”, conclui.