As relações humanas com os rebanhos de pequenos e grandes animais datam de milênios nesse caminhar da humanidade em todos os continentes da Terra e estão documentadas através de pesquisas no vasto e complexo mundo da Ciência & Tecnologia, incluindo-se os animais de estimação numa sinergia doméstica e afetiva. O mercado “Pet” no Brasil deve faturar R$ 46,4 bilhões, onde 78% são gastos com alimentos (Abinpet).
pecuaria
O Brasil ainda pleiteia a chancela de Patrimônio Imaterial da Humanidade, concedido pela Unesco, para os modos de produção do QMA. (Ph:St)
E mais, a pecuária leiteira abrange ampla diversidade de raças, cruzamentos, melhoramentos genéticos, ganhos de produtividade nos estabelecimentos agropecuários, saúde animal, e cujos saberes e boas práticas compartilhadas emergem das universidades e escolas mineiras ligadas ao campo, bem como das pesquisas desenvolvidas pela Embrapa Gado de Leite, Epamig, Veterinária da UFMG, Ufla, UFViçosa, ABCZ, entre outras; o conhecimento precede à mudança, que é uma decisão conjuntural!

No Brasil, segundo pesquisadores e historiadores numa considerável abordagem sobre esses e outros cenários, “Os primeiros bovinos foram introduzidos na Capitania de São Vicente (São Paulo) em 1534 e enviados de Portugal por Dona Ana Pimentel, esposa e procuradora de Martins Afonso de Sousa.

Em 1535, Duarte Coelho introduziu os bovinos em Pernambuco, sendo que sua expansão pelo país deriva de seus recursos naturais e demandas dos donatários das “Capitanias Hereditárias.” Além disso, dados do IBGE (Set/23) revelam que o rebanho bovino brasileiro cresceu de 209,54 milhões de cabeças em 2010 para 234,35 milhões em 2022, e o de Minas Gerais, no mesmo período, de 22,70 milhões de cabeças para 23 milhões.

No Brasil, os cinco primeiros rebanhos estão assim distribuídos: 34,25 milhões de cabeças (MT); 24,79 milhões (PA); 24,41 milhões (GO); 23 milhões (MG); e 18,43 milhões de cabeças (MS).

Minas Gerais lidera produção de leite e seus derivados com 9,4 bilhões de litros em 2022, e 3,1 milhões de vacas ordenhadas contra 5,9 milhões de vacas em 2013. A produtividade média por vaca/lactação/ano passou de 1.591 litros em 2013 para 2.982 litros em 2022 ou mais 87,5%, o que requer um conjunto de boas práticas, que sejam também sustentáveis e lucrativas para o criador!

Em Ouro Preto, registros históricos de 1753 revelam as primeiras ocorrências da venda de queijos do rio das Mortes, sendo que a exportação de queijos pela capitania de Minas Gerais é atestada por portaria do governador, em 24 de outubro de 1772, determinando sua inspeção pelos postos fiscais rumo ao Rio de Janeiro.

Em 1888 foi fundada a primeira indústria de laticínios do Brasil pelo médico e pecuarista Dr. Carlos Pereira de Sá Fortes, no distrito de Mantiqueira, região de Barbacena, com uso de tecnologia holandesa.

Em maio de 1935 foi criado pioneiramente o “Instituto de Laticínios Cândido Tostes/Epamig em Juiz de Fora”, um conceituado “Centro de Inteligência” no agronegócio do leite e seus derivados! Noutras convergências e somando esforços públicos e não governamentais, as regiões produtoras do Queijo Minas Artesanal (QMA) são: Serro, Canastra, Cerrado, Araxá, Triângulo Mineiro, Campo das Vertentes, Serra do Salitre, Serras da Ibitipoca, Diamantina, Entre Serras da Piedade ao Caraça e são produtos premiados em eventos internos e internacionais.

Entre outras regiões mineiras, as cinco maiores ofertas de leite em 2022; Sul de Minas, com 1,64 bilhão de litros; Alto Paranaíba, 1,59 bilhão; Central, 1,38 bilhão; Centro-Oeste,1,08 bilhão; e Zona da Mata, com 819,6 milhões de litros ou 69,1% do total de 9,4 bilhões de litros.

Minas Gerais registra 711 laticínios e 67,4% concentrados no Sul de Minas, Zona da Mata, Central e Rio Doce; 301,8 mil propriedades rurais se dedicam à bovinocultura, das quais 216 mil são produtoras de leite (Seapa/Senar).Em 2022, o valor bruto da produção de leite foi de R$ 22,9 bilhões, a preços em níveis de produtores.

Estima-se que 1,2 milhão de pessoas se ligam diretamente à atividade leiteira em nível de campo em MG. O Brasil ainda pleiteia a chancela de Patrimônio Imaterial da Humanidade, concedido pela Unesco, para os modos de produção do QMA.

 

 

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