A verticalização da RAR Agro & Indústria tornou-se um dos pilares estratégicos que sustentam o crescimento da empresa e sua posição de destaque na cadeia de alimentos e bebidas no Brasil.
Em uma apresentação durante o Fórum Econômico, o presidente-executivo Sergio Barbosa revisitou a trajetória da companhia e destacou como o controle interno de todas as etapas produtivas – do campo à mesa – moldou um portfólio reconhecido pela combinação de tradição, inovação e sustentabilidade.
A história começou em 1979, quando Raul Anselmo Randon, fundador das Empresas Randon, decidiu ingressar no agronegócio e implantou pomares de maçã em Vacaria, no Rio Grande do Sul. À época, o governo federal oferecia incentivos fiscais para incentivar esse cultivo, já que o país dependia de importações. A aposta deu certo: décadas depois, a RAR tornou-se a terceira maior produtora de maçãs do Brasil, colhendo cerca de 80 mil toneladas anuais em uma área de 1.500 hectares. Aproximadamente 20% dessa produção é destinada à exportação. Em 2024, o grupo registrou receita próxima de R$ 505 milhões.
Barbosa ressaltou que a colheita segue majoritariamente manual, mobilizando cerca de 20 mil trabalhadores na região durante o período de safra. Há estudos para avançar em automação, mas segundo ele, “os projetos ainda estão em estágio inicial”. O movimento reforça a preocupação da empresa com precisão na pós-colheita e manutenção do padrão premium de suas frutas.
O sucesso nos pomares abriu caminho para uma nova etapa da verticalização da RAR: a produção de leite. Em 1992, Randon importou 140 vacas holandesas prenhas dos Estados Unidos, dando origem ao plantel que hoje chega a 1.500 animais. A empresa consolidou-se como a maior produtora de leite do Rio Grande do Sul, com uma média anual de 17,5 milhões de litros. Esse volume se converteu no pilar para outro marco da companhia: a criação do Gran Formaggio, o primeiro queijo tipo grana produzido fora da Itália.
O executivo lembrou que as primeiras peças do Gran Formaggio foram produzidas em 1996, abrindo espaço para um portfólio robusto de lácteos. Atualmente, a RAR produz cerca de 1.380 toneladas anuais desse queijo e 660 toneladas de parmesão. Barbosa detalhou que cada forma de 40 quilos de Gran Formaggio exige 500 litros de leite e que a empresa opera duas câmaras climatizadas com capacidade aproximada de 33 mil unidades, ambientes fundamentais para maturação controlada.
A verticalização também se estendeu à vitivinicultura. A empresa iniciou o cultivo de diferentes variedades de uvas e, desde o final dos anos 1990, passou a produzir vinhos e espumantes. Alguns rótulos nasceram por solicitação direta de Raul Randon em ocasiões especiais. Entre 1999 e 2002, por exemplo, ele acompanhou pessoalmente a elaboração do vinho Reserva de Família, criado para celebrar suas bodas de ouro com Nilva Randon. O presidente-executivo recordou que, a partir dessa experiência, “a paixão do seu Raul pelos vinhos só cresceu”, levando a empresa a explorar uvas brancas, destilados, cidras e grappas. Hoje, o portfólio soma dezenas de produtos premiados no Brasil e no exterior.
Segundo Barbosa, um dos grandes diferenciais da RAR está justamente no modelo de verticalização, que permite à empresa acompanhar integralmente cada etapa da produção. Isso inclui controle rigoroso sobre insumos, práticas de manejo, bem-estar animal, processos industriais e sustentabilidade ambiental. Esse padrão levou a RAR a conquistar certificações como Fair Food, Global G.A.P. e Eu Reciclo, reconhecendo não apenas a qualidade dos produtos, mas também o compromisso com responsabilidade socioambiental.
Com frentes consolidadas em frutas, leite e vinhos, a RAR Agro & Indústria se posiciona como uma referência nacional em alimentos premium. A verticalização segue como estratégia central, alinhada à visão do fundador e sustentada por investimentos contínuos em inovação, rastreabilidade e práticas sustentáveis.
*Escrito para o eDairyNews, com informações de Sindilat






