ESPMEXENGBRAIND
16 out 2025
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🚜 Rafael Pezenti ameaça descarregar caminhão de leite no Planalto e soltar vacas na Esplanada se o governo não reagir à crise do leite.
🐄 Produtores pedem ação urgente e deputado promete protesto inédito.
🐄 Produtores pedem ação urgente e deputado promete protesto inédito.

A crise do leite no Brasil chegou oficialmente ao coração político do país. O deputado federal Rafael Pezenti (MDB-SC) ameaçou nesta semana realizar um protesto inédito em Brasília, prometendo esvaziar um caminhão de leite em frente ao Palácio do Planalto e até soltar vacas na Esplanada dos Ministérios, caso o governo federal não apresente medidas urgentes de apoio aos produtores.

A declaração, feita em discurso e reproduzida pelo Jornal Razão, expõe o crescente descontentamento do setor leiteiro diante da queda no preço pago ao produtor e do aumento das importações de leite em pó, principalmente da Argentina e do Uruguai.

“Eu vou ser o cara que vai abrir o registro do caminhão de leite na frente do Planalto”, disse Pezenti, em tom de ultimato.

Segundo o parlamentar, a situação atingiu o limite. Ele afirmou ter tentado “segurar os ânimos” e dialogar com o governo, mas que “a paciência dos produtores acabou”.

📉 Números que acendem o alerta

Com base em dados da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Pezenti apontou que as importações de leite em pó cresceram 28% em setembro, e que o volume acumulado no ano já estaria 88% acima da média histórica.

De janeiro até agora, o Brasil teria importado o equivalente a 1,6 bilhão de litros de leite, enquanto o custo de produção subiu 1,5% e o preço pago ao produtor caiu 4,3%. A CNA estima ainda que a remuneração aos produtores possa cair até 10% até o fim de 2025, caso o governo não intervenha.

Para o deputado, a decisão de retirar a CNA da competência para apresentar pedidos de investigação anti-dumping abriu espaço para uma entrada descontrolada de produtos lácteos estrangeiros.

“Por que o governo está defendendo essas quatro, cinco, dez empresas que estão acabando com a produção de leite no Brasil? Estão recebendo dinheiro dessas empresas?”, questionou o parlamentar.

Embora tenha afirmado não se tratar de uma acusação formal, Pezenti disse que a provocação busca pressionar o Executivo a agir.

🚨 Reivindicações e tensão no campo

O discurso do deputado ocorre em meio a mobilizações rurais em várias regiões do país, onde produtores exigem respostas rápidas para conter as perdas. Entre as principais reivindicações estão:

  • Criação de um preço mínimo nacional para o leite;
  • Subvenção temporária por litro;
  • Fiscalização mais rigorosa sobre as importações;
  • Proibição da reidratação de leite em pó usada em fraudes de origem.

O parlamentar também pediu que o governo reconsidere o pedido anti-dumping sobre o leite em pó importado, lembrando que o prazo para resposta oficial teria expirado em setembro sem deliberação pública.

“Se o governo não reagir, os produtores vão reagir”, declarou, sugerindo que o próximo passo pode ser um ato simbólico e de grande impacto na capital federal.

⚖️ Impactos políticos e econômicos

A retórica de Pezenti aumentou a pressão política sobre o Executivo num momento de fragilidade para a cadeia láctea. Se concretizadas, ações como descarregar caminhões de leite ou soltar vacas na Esplanada poderiam gerar conflitos com as autoridades, custos logísticos e repercussão nacional e internacional.

Para os produtores, porém, o risco é secundário diante da gravidade do cenário. Líderes rurais e cooperativas regionais apontam que a combinação entre queda de preço, custos elevados e competição externa ameaça a sobrevivência de milhares de pequenas propriedades familiares, especialmente no Sul do país.

“Não é só o preço do leite. É a dignidade do produtor que está em jogo”, resumiu um representante ouvido em reuniões regionais.

🌍 Um reflexo da disputa global

A crise do leite brasileira espelha uma tendência observada também em outros países da América do Sul, onde importações regionais e variações cambiais estão afetando a rentabilidade dos produtores. A Argentina e o Uruguai, principais fornecedores ao Brasil, enfrentam situações internas distintas, mas ambos buscam escoar excedentes produtivos diante da demanda enfraquecida no mercado interno.

Enquanto isso, no Brasil, o governo ainda não apresentou uma estratégia clara para equilibrar competitividade, segurança alimentar e proteção à produção nacional.

A ameaça de “chover leite em Brasília” simboliza não apenas o desespero do setor, mas também um alerta político sobre a urgência de políticas estruturais para o leite brasileiro — um dos pilares históricos da agroindústria nacional.

 

*Escrito para o eDairyNews, com informações de Jornal Razão

 

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