Parte do setor produtivo teme prejuízo a culturas sensíveis do país e a outra acredita que a ampliação das relações comerciais é necessária

O acordo entre Mercosul e União Europeia ainda não começou a valer, mas já divide opiniões no setor produtivo e no Congresso. Lideranças políticas e do agronegócio se reuniram nesta quarta, 28, para discutir oportunidades e problemas que podem vir com o tratado.

O fórum “Mercosul e União Europeia — Impactos do acordo na Agricultura” aconteceu na Arena Rural, parceria entre Canal Rural e Senar-RS na 42ª Expointer, em Esteio (RS).

Para o deputado federal Heitor Schuch (PSB-RS), representante brasileiro no bloco sul-americano, ainda pairam dúvidas sobre o acerto internacional, que, para ele, prejudica o agricultor familiar. “O Mercosul ajudou a quebrar nosso arrozeiro. O vinho também foi prejudicado: de cada dez garrafas consumidas, nove são importadas”, diz.

 

O presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS), Joel da Silva, afirma que a grande preocupação é com os produtos sensíveis, que podem sofrer com a importação de itens europeus, subsidiados por seus países. “A fruticultura, café, cachaças, carnes bovinas e aves serão beneficiados, mas a pergunta é: e os sensíveis, como o leite, cebola e o alho?”, ressalta.

Leonardo Xavier da Silva, professor da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, acredita que as cadeias aparentemente mais sensíveis tem um desafio pela frente. “Isso é um desafio novo para que nos preparemos e continuemos o processo de organização de cadeias produtivas, como leite, vinho e alho. Essas cadeias precisarão rever seus modelos”, alerta.

O chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, Paulo do Carmo Martins, defende que o acordo trará mais estabilidade aos produtores de leite. “Se nós não colocarmos o pezinho no mercado internacional, nunca sairemos da discussão sobre preço e qualidade”, diz. Outra vantagem da ampliação de mercado internacional citada pelo pesquisador é a possibilidade do Brasil pensar em exportar tecnologia no segmento leiteiro.

O secretário de Agricultura Familiar e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Fernando Schwanke, também participou do debate e está otimista. “Se nós não tivéssemos a relação internacional que temos, não seríamos o maior exportador de fumo do mundo. Na suinocultura e avicultura, se não tivesse mercado internacional teríamos milhares de famílias sem produção. Temos que olhar os dois lados”, pondera.

Outro defensor do acordo é o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado federal Alceu Moreira (MDB-RS). “Quem vende para o consumidor europeu consegue vender para o resto do mundo”, diz.

Companhia do interior de São Paulo deve faturar mais de R$ 1 bilhão e descarta boatos de venda; mirando um eventual IPO, o plano é crescer com M&As, com dois negócios já no gatilho.

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