🌱 Agricultura regenerativa no leite está no centro de um projeto que vem transformando o campo brasileiro.
A Danone Brasil, por meio da Jornada Flora, aposta em práticas que unem sustentabilidade, produtividade e valorização do produtor. Os resultados, conquistados entre 2020 e 2024, já superam metas globais da companhia e reforçam o protagonismo do setor diante da próxima COP 30, que será realizada em Belém (PA).
De acordo com Camilo Wittica, vice-presidente de Assuntos Institucionais da Danone Brasil, a Jornada Flora é uma abordagem holística sustentada em três pilares: pessoas, planeta e bem-estar animal.
“Nosso objetivo é fortalecer a cadeia de leite fresco, que é a nossa principal matéria-prima, promovendo eficiência, redução de custos, menor emissão de gases de efeito estufa e, claro, melhores condições para os animais”, explicou.
Mais que discurso: práticas no campo
O programa se diferencia por oferecer soluções práticas aos produtores. Entre as iniciativas estão treinamentos técnicos, facilitação de crédito, plantio de árvores, criação de centrais de compras coletivas de insumos e apoio à gestão das propriedades.
A proposta é clara: incentivar a transição para práticas agrícolas regenerativas, capazes de preservar recursos naturais e, ao mesmo tempo, gerar renda.
Os resultados confirmam o impacto positivo. Entre 2020 e 2024, a empresa reduziu em 47% as emissões de CO₂ na cadeia de leite fresco e em 42% as emissões de metano, gás de efeito estufa com alto potencial de aquecimento global.
Além disso, os produtores participantes registraram ganhos expressivos de produtividade: a produção média diária de leite saltou de 411 litros (em 2020) para 601 litros (em 2023), enquanto a produtividade por animal cresceu 17,6%.
Para Wittica, os números demonstram que sustentabilidade e rentabilidade podem caminhar juntas. “Investir em sustentabilidade não é só bom para o planeta, mas também para o bolso do produtor. Isso melhora a renda, amplia a capacidade produtiva das fazendas e incentiva a sucessão familiar no campo”, destacou.
EDUCAMPO: conhecimento a serviço do leite
A transformação promovida pela Jornada Flora é apoiada pelo EDUCAMPO, um programa do Sebrae integrado à iniciativa da Danone. A ação oferece assistência técnica e gerencial em áreas estratégicas como nutrição animal, reprodução, manejo de pastagens e gestão financeira.
Mais de 130 produtores já foram capacitados pelo EDUCAMPO, recebendo suporte especializado para aplicar práticas que aumentam a produção e garantem qualidade do leite. Essa parceria fortalece a base técnica das propriedades e assegura que os ganhos sejam sustentáveis no longo prazo.
COP 30: vitrine para a agricultura regenerativa
A proximidade da COP 30, que acontecerá em Belém, abre espaço para que a Danone apresente a Jornada Flora como exemplo de resposta concreta à crise climática no setor leiteiro. “Queremos compartilhar o que aprendemos com a Jornada Flora.
Temos dados que mostram como é possível aumentar a produtividade e a renda dos produtores enquanto reduzimos os impactos ambientais. É um modelo replicável, que pode ser adotado em diferentes regiões do país”, afirmou Wittica.
O diferencial, segundo ele, é colocar o produtor no centro da transformação. “Eles são os principais agentes da mudança. Sem o engajamento deles, nada acontece na prática.”
Expansão e diálogos no Norte
Embora a Danone não opere diretamente no Pará — suas fábricas estão em Poços de Caldas (MG) —, a empresa já mantém conversas com autoridades locais sobre possíveis parcerias. O objetivo é avançar em temas como agricultura regenerativa, produção alimentar sustentável e transferência de tecnologia.
“O Pará ainda não faz parte da nossa operação direta, mas estamos atentos ao potencial da região e buscamos contribuir com práticas responsáveis e com impacto positivo nas comunidades brasileiras”, acrescentou Wittica.
Conclusão
Com resultados concretos e a COP 30 como vitrine global, a Danone Brasil mostra que a agricultura regenerativa no leite é mais do que uma tendência: trata-se de um caminho viável para unir produtividade, sustentabilidade e valorização do produtor.
A Jornada Flora já aponta que é possível conciliar a preservação ambiental com maior eficiência econômica, abrindo oportunidades para que o modelo seja ampliado em outras regiões do Brasil.
*Adaptado para eDairyNews, com informações de DOL
